Apenas 25% dos brasileiros conseguem cumprir a quantidade mínima de exercícios físicos recomendados durante o tempo livre.

Uma nova pesquisa revelou que apenas 26% dos brasileiros estão seguindo a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de praticar pelo menos 150 minutos de atividades físicas por semana durante o tempo livre. Por outro lado, quase 60% dos brasileiros não praticam nenhum exercício físico por lazer.

O estudo, baseado nas informações coletadas pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) em 2019, foi publicado nesta sexta-feira (11) na revista brasileira Epidemiologia e Serviços de Saúde. Foram analisados dados de 88 mil participantes da pesquisa, excluindo menores de 18 anos.

Os pesquisadores se concentraram em dois aspectos: a regularidade da prática de atividades físicas no tempo livre e o tempo de sedentarismo dos participantes. De acordo com a recomendação da OMS, pelo menos 150 minutos por semana devem ser dedicados a atividades físicas.

Em relação à prática de atividades físicas, os participantes foram divididos em três categorias: inativos, insuficientemente ativos e ativos. Cerca de 60% dos participantes se enquadraram na categoria de inativos, enquanto 26% foram considerados ativos e 14% insuficientemente ativos.

Arão Oliveira, pós-doutorando no Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP e um dos autores do artigo, ressaltou que a falta de atividade física representa um alerta para a saúde da população brasileira. Segundo ele, muitas doenças crônicas e mortes prematuras poderiam ser evitadas se as recomendações da OMS fossem seguidas.

Estudos mostram que a prática regular de exercícios físicos reduz os riscos de problemas cardiovasculares, previne o aparecimento de alguns tipos de câncer e evita o desenvolvimento de diabetes tipo 2, entre outros benefícios.

Além das atividades aeróbicas, como caminhada, corrida e futebol, exercícios de fortalecimento muscular também são importantes para a saúde. No entanto, apenas 8% dos respondentes da pesquisa praticavam essas atividades pelo menos duas vezes por semana, sendo que entre os idosos esse percentual era ainda menor: apenas 4%.

O fortalecimento muscular é especialmente importante para os idosos, pois ajuda a prevenir quedas, fragilidades e perda de massa muscular, dificuldades comuns nessa faixa etária que afetam a locomoção.

Em relação ao tempo de sedentarismo, os participantes foram divididos em quatro categorias, considerando o tempo gasto com aparelhos eletrônicos. Cerca de 38% utilizavam esses dispositivos de 0 a 4 horas por dia, 30% de 4 a 6 horas, 19% de 6 a 8 horas e 10% acima de 8 horas.

Embora o estudo não tenha medido a prática de atividade física durante o trabalho, Oliveira observa que geralmente quanto mais tempo alguém passa sedentário no tempo livre, menor é a probabilidade de ser fisicamente ativo.

É importante ressaltar que as informações do estudo são baseadas nos dados da PNS de 2019, que é considerado representativo da população brasileira. Outro levantamento, o Covitel, que avaliou o comportamento durante a pandemia, mostrou uma queda na prática de atividade física, passando de 38% para 31%.

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