Depois de anunciar e defender o uso de material digital, o secretário de Educação da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), Renato Feder, recuou sobre o uso da tecnologia em sala de aula e diz que vai imprimir livros didáticos para que os alunos possam “escrever, anotar e rabiscar”.
O secretário Renato Feder decidiu abrir mão de receber os livros didáticos enviados pelo Ministério da Educação (MEC) para os alunos dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º). A gestão optou por disponibilizar apenas um material didático produzido pela própria equipe da Secretaria de Educação, que seria disponibilizado apenas de forma digital às escolas. No entanto, após uma forte reação dos professores, especialistas e a abertura de um inquérito civil do Ministério Público, o governador Tarcísio de Freitas anunciou que os livros impressos serão entregues aos alunos, mas será apenas o material produzido pela Secretaria, não mais o fornecido pelo MEC.
Na manhã desta segunda-feira (7), o secretário Renato Feder afirmou que entendeu a importância dos livros físicos e recuou da decisão de oferecê-los apenas no formato digital. Ele ressaltou que o material produzido e impresso pela Secretaria de Educação é consumível, ou seja, o aluno pode escrever, grifar, anotar e rabiscar no próprio livro. Já os livros do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) não são consumíveis para essa etapa de ensino. Portanto, a opção pela produção própria visa proporcionar aos alunos um livro real, onde possam realizar anotações e escritas.
Os livros do PNLD para os anos finais do ensino fundamental são reutilizáveis e devem ser devolvidos pelos alunos ao final do ano letivo. Essa medida não apenas economiza recursos públicos, mas também é considerada sustentável, pois os alunos não precisarão do livro ao concluir a série.
É orientado aos alunos que não façam anotações a caneta nesses livros, para que cheguem em boas condições para os demais alunos no próximo ano.
Uma semana após anunciar a decisão de sair do PNLD, o secretário Renato Feder finalmente argumentou sobre a necessidade de oferecer livros consumíveis aos alunos. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele defendeu o uso do material didático para tornar a aula mais interessante e ressaltou que “o aluno estuda majoritariamente na escola”, portanto, não seria necessário levar livros para casa.