Você já levou em conta esse risco no seu investimento em imóveis?

Recentemente, foi divulgado um caso surpreendente no mercado imobiliário: um indivíduo que perdeu mais de 40% do valor de um apartamento usado em apenas um ano. Essa situação levanta questionamentos sobre os riscos envolvidos nesse setor e nos faz refletir sobre a percepção de segurança que muitas vezes temos em relação aos investimentos em imóveis.

Embora existam pessoas que obtiveram sucesso nesse mercado e que criticam os alertas sobre os riscos, devemos lembrar que o fato de termos obtido êxito em um investimento passado não elimina a possibilidade de perdas no futuro. É importante considerar que, na maioria dos casos, as pessoas que tiveram prejuízos em seus investimentos preferem não compartilhar suas experiências, por razões óbvias. No entanto, tive o privilégio de receber relatos desse tipo, inclusive de um amigo próximo cuja família comprou imóveis em lançamento de uma incorporadora que faliu, resultando em uma batalha legal que já dura mais de 10 anos.

É curioso observar como algumas pessoas têm receio de investir em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mas não hesitam em adquirir imóveis na planta, muitas vezes com valores que ultrapassam um milhão de reais, de incorporadoras que nem possuem balanço público ou auditado. Essa coragem ou ignorância pode ser considerada uma bênção quando tudo dá certo, mas pode se mostrar uma grande dor de cabeça caso as coisas não saiam como esperado.

Uma reportagem recente da Folha de São Paulo chama a atenção para mais um risco envolvendo o mercado imobiliário, mais especificamente na região central da cidade. Moradores que, até pouco tempo atrás, estavam relativamente longe da área conhecida como Cracolândia, têm testemunhado uma queda vertiginosa nos preços de seus imóveis. A matéria destaca o contraste entre a região afetada e áreas mais valorizadas, como Faria Lima, Moema, Higienópolis e Avenida Paulista. Essa realidade nos faz questionar se morar em áreas teoricamente mais seguras nos isenta de qualquer risco.

Esses exemplos evidenciam que o mercado imobiliário apresenta uma série de riscos que muitos investidores desconhecem ou simplesmente ignoram. Compreender esses riscos pode ser assustador, assim como ler a bula de um remédio, motivo pelo qual muitos preferem investir em imóveis sem avaliar todas as possibilidades negativas.

Diante disso, é válido questionar qual seria a proporção máxima adequada do nosso portfólio a ser alocada em um ativo que pode sofrer uma desvalorização de 10% a 30% em um único ano. Diante desse contexto, é possível afirmar com convicção que os investimentos em renda fixa são muito mais seguros e adequados para investidores conservadores do que a aquisição de imóveis.

Em suma, é essencial que os investidores estejam conscientes dos riscos envolvidos no mercado imobiliário e compreendam como esses riscos podem afetar seu patrimônio. Afinal, a segurança que muitas vezes associamos aos imóveis pode ser apenas uma ilusão.

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