É importante lembrar que Victor Chaves, que fazia parte da dupla sertaneja, foi condenado por agredir sua esposa, que na época estava grávida de 4 meses. O cantor foi flagrado pelas câmeras de segurança empurrando e chutando a mulher dentro de um elevador. O caso ganhou repercussão nacional, mas, para surpresa de muitos, ele não perdeu sua liberdade e nem seu trabalho. Pelo contrário, continuou a trilhar sua carreira e agora terá a oportunidade de lucrar ainda mais.
Enquanto isso, a realidade é completamente diferente para Marcelle Decothé. Ela ocupava o cargo de chefe da assessoria especial do Ministério da Igualdade Racial, mas foi prontamente exonerada após cometer um erro profissional grave. Ou seja, pagou caro por seu equívoco, perdendo seu emprego rapidamente.
As desigualdades e injustiças são evidentes. O homem branco agressor de mulher será recompensado com uma fortuna, enquanto a mulher negra que postou comentários impróprios em seu Instagram pessoal teve seus sonhos despedaçados. As punições são completamente desproporcionais e revelam um sistema que não valoriza e não protege as mulheres.
Esses casos escancaram a falta de equidade e a falta de punição adequada para crimes de violência contra a mulher. Enquanto um agressor famoso é protegido e recompensado, uma mulher é punida de forma severa e injusta.
Infelizmente, essa realidade não surpreende aqueles que vivem no Brasil e estão atentos às desigualdades sociais presentes em nossa sociedade. Como já afirmou o rapper Mano Brown em uma de suas músicas, a cobrança e as expectativas são diferentes para diferentes grupos. E nesse contexto, mulheres continuam lutando por justiça e igualdade em um país que ainda tem muito a evoluir.
É fundamental que casos como o de Victor Chaves e Marcelle Decothé sejam amplamente debatidos e que a impunidade para agressores seja questionada e contestada. A sociedade precisa repensar suas prioridades e exigir um sistema mais justo e igualitário, onde não haja espaço para a violência contra as mulheres.