Repórter São Paulo – SP – Brasil

Verticalização acelerada: construtoras transformam casas em prédios de apartamentos em São Paulo, desafiando patrimônio histórico e questões urbanísticas.

O cenário urbano da cidade está passando por uma transformação vertiginosa nos últimos tempos, com a verticalização ocorrendo em um ritmo nunca antes visto. Antigas construções estão sendo substituídas por prédios de apartamentos em um piscar de olhos, revelando a forte atuação de construtoras interessadas em explorar o mercado imobiliário em meio a um momento econômico favorável.

Um dos empreiteiros de destaque nesse cenário é André Fakiani, CEO da Global Realty Brasil, uma empresa nacional que está envolvida em três projetos de prédios residenciais em andamento e planejando mais dois para o próximo ano. Um desses projetos, localizado na rua Melo Alves, nos Jardins, tem gerado polêmica devido à ameaça de demolição do histórico bar Balcão, um patrimônio da cidade.

Fakiani assegura que o bar será preservado, podendo até mesmo ser ampliado, conforme acordado com a proprietária do imóvel. No entanto, um dos proprietários do Balcão, Francisco Millan, critica a proposta de ampliação, alegando que isso descaracterizaria o local e afetaria financeiramente o estabelecimento.

O projeto da Global prevê a construção de 40 unidades de apartamentos com metragens entre 90 e 120 metros quadrados, direcionados para a classe média, com valores acima de R$ 1 milhão. Fakiani destaca a preferência dos brasileiros por moradias em áreas mais densas e verticais, em contraste com outros países onde a tendência é morar em bairros horizontais e menos movimentados.

O mercado imobiliário enfrenta desafios relacionados à excessiva verticalização, a falta de planos de mobilidade urbana e a presença de apartamentos supercompactos, que podem comprometer a qualidade de vida dos moradores. Fakiani reconhece o papel das construtoras nesse processo e busca equilibrar o desenvolvimento urbano com a preservação do patrimônio histórico.

No entanto, o empresário destaca que o setor imobiliário está segmentado em diferentes faixas de preço, desde imóveis populares até apartamentos de luxo, com vendas aquecidas principalmente na faixa de R$ 450 mil. Apesar das críticas e desafios, os empreiteiros estão satisfeitos com a demanda e os negócios em andamento. A cidade segue em constante transformação, refletindo as mudanças no mercado imobiliário e na paisagem urbana.

Sair da versão mobile