O plebiscito conta com cinco perguntas, todas com formulação enviesada para o “sim”, e será realizado das 7h às 19h de domingo (horário de Brasília), com os 20,6 milhões de venezuelanos aptos a votar nos 15,8 mil centros de votação espalhados pelo país tendo que responder ‘sim’ ou ‘não’ na urna eletrônica.
As perguntas incluem questões sobre a rejeição do laudo arbitral de Paris de 1899, o apoio ao Acordo de Genebra de 1966 como único instrumento jurídico válido para alcançar uma solução prática e satisfatória para a Venezuela e a Guiana, além de concordar com a criação do estado Guiana Essequibo.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, dominado pelo regime chavista, os resultados devem ser divulgados entre 8 de dezembro e 6 de janeiro. É quase certa, porém, uma vitória do “sim” por ampla margem, já que a defesa da anexação de Essequibo é um dos poucos temas a unir governistas e opositores na Venezuela.
Em caso de vitória do “sim”, Caracas terá o argumento da vontade popular para ampliar sua campanha pela incorporação de Essequibo. No entanto, é improvável que o regime se utilize da consulta para empreender alguma ação militar efetiva, até pela oposição dos vizinhos, em especial o Brasil. O plebiscito tem sido entendido como uma estratégia de Nicolás Maduro de tirar o foco da crise econômica local e de ganhar apoio entre a população com um tema quase unânime na sociedade venezuelana.
A reivindicação de Essequibo continua a gerar tensões na região, e o resultado do plebiscito pode ter impactos significativos nas relações entre a Venezuela e a Guiana. A comunidade internacional estará atenta aos desdobramentos, especialmente considerando a instabilidade política e a crise humanitária que assolam a Venezuela.