Vendas do varejo brasileiro têm crescimento moderado em 2023, enquanto setores específicos sofrem impacto negativo de juros altos e inflação

O varejo brasileiro deve fechar o ano com um crescimento modesto nas vendas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). Enquanto as vendas do varejo restrito, que inclui combustíveis, alimentos, eletrodomésticos e farmacêuticos, devem apresentar um aumento de 1,7%, as vendas do varejo ampliado, que considera também veículos e materiais de construção, devem crescer cerca de 5%.

No entanto, nem todos os setores comemorarão o final do ano com resultados positivos. Segundo o Ibevar, segmentos como livros, jornais, revistas e papelaria, artigos de uso pessoal e doméstico, materiais de construção, e tecidos, vestuário e calçados tiveram quedas de 4,18%, 9,13%, 1,9% e 1,0%, respectivamente. Esses setores foram prejudicados pelos altos juros e inflação ao longo do ano.

Por outro lado, alguns segmentos terão um crescimento moderado ou neutro. Os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos devem ter um aumento de 4,37%, impulsionados pelo aumento das vendas durante a pandemia. Já os veículos, motos, partes e peças devem apresentar um crescimento de 5,7% nas vendas, beneficiados pelas vendas subsidiadas de carros zero km.

Outros setores que devem apresentar aumento nas vendas são combustíveis e lubrificantes (3,6%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,7%), hipermercados e supermercados (2,6%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (0,74%).

No entanto, o Ibevar projeta uma desaceleração no último trimestre do ano para o varejo restrito, com uma redução de 0,7%. Já o varejo ampliado deve apresentar um crescimento de 0,8%.

Segundo Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, esses resultados mostram que a recuperação das vendas em 2023, esperada devido às condições desfavoráveis do ano passado, é frágil. O endividamento das famílias e a incerteza política têm impacto na expansão sustentável do consumo.

Em resumo, o varejo brasileiro deve encerrar o ano com um crescimento tímido nas vendas, com alguns setores apresentando quedas significativas e outros mostrando um aumento moderado ou neutro. A desaceleração no último trimestre reflete a fragilidade da recuperação econômica, que é afetada pelo endividamento das famílias e pela incerteza política.

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