Essa mudança na recomendação, que antes era de duas doses com intervalo de seis meses, foi embasada em estudos científicos que demonstram maior adesão à vacina, conforme a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A vacina visa prevenir o câncer de colo de útero, entre outros tipos, causados pelo HPV, que é capaz de infectar mucosas orais, genitais e anais de homens e mulheres.
No Brasil, a vacina é ofertada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, assim como para pessoas vivendo com HIV e vítimas de abuso sexual. A vacina utilizada no SUS é quadrivalente, produzida pelo Instituto Butantan e protege contra quatro formas do vírus. Já na rede particular, a vacina protege contra nove tipos do vírus.
Apesar da importância da vacinação contra o HPV, nos últimos anos o país tem enfrentado queda na cobertura vacinal. Uma das dificuldades apontadas pelos especialistas é o esquema vacinal em duas doses, o que pode dificultar a adesão dos indivíduos.
Em 2022, a adesão à primeira e segunda dose da vacina entre as meninas foi de 75,91% e 57,44%, respectivamente. Já entre os meninos, os números foram ainda menores, com 52,26% na primeira aplicação e 36,59% na segunda. No entanto, em 2023 houve um aumento de 42% no total de doses aplicadas em relação a 2018, com 5,6 milhões de doses.
A nova recomendação de dose única para vacinação contra o HPV representa um avanço na busca pela prevenção do câncer e outras doenças causadas pelo vírus, e espera-se que contribua para aumentar a cobertura vacinal no país. Ainda não foi divulgado pelo Ministério da Saúde o cronograma para a disponibilidade da nova vacina no país.