No entanto, Sevestre também aponta que enviar esse gelo para longe, como por exemplo para Dubai, pode ser prejudicial ao meio ambiente. Ela afirma que, apesar de as empresas se esforçarem para reduzir a pegada de carbono, elas acabam subestimando o impacto negativo dessa atividade para o meio ambiente.
A glacióloga ainda ressalta que o problema não é apenas o transporte desse gelo, mas sim a mensagem que essa atividade transmite em contraste com os esforços necessários para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Ela acredita que a criação de uma necessidade de consumo “absolutamente dispensável” gera emissões desnecessárias que são prejudiciais ao meio ambiente.
Essa problemática também vem sendo discutida nas redes sociais, onde a iniciativa da Artic Ice gerou revolta entre os internautas. Muitos denunciaram a prática como a “pior ideia do século” e expressaram seu desagrado em relação ao projeto da empresa.
O cofundador da Artic Ice, Malik V Rasmussen, relatou ao jornal The Guardian que chegou a receber ameaças de morte dos usuários mais radicais devido a essa controvérsia.
Portanto, é evidente que a exportação de gelo da Groenlândia para outros locais gera questionamentos e indignações, devido ao impacto ambiental e à necessidade de consumo que essa prática gera. Os debates e as críticas em relação a esse tema devem continuar a fim de se encontrar soluções mais sustentáveis e conscientes em relação ao uso desse recurso natural.