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Unesco alerta para escassez global de professores e indica necessidade de 44 milhões de docentes adicionais até 2030

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgou nesta terça-feira (03/10) um alerta para a escassez global de professores. Segundo a organização, são necessários 44 milhões de docentes extras em todo o mundo até 2030, para alcançar a educação básica universal. Atualmente, faltam 12,9 milhões de professores no ensino primário e 31,1 milhões no ensino secundário em todo o globo. A escassez de profissionais é mais acentuada na África Subsaariana e no Sul da Ásia, regiões que necessitam de 22,8 milhões de professores adicionais.

Apesar da grave situação, a Unesco aponta que houve uma melhora em relação às previsões anteriores. Em 2016, estimava-se um déficit de 69 milhões de professores no ensino básico e secundário. No entanto, a organização ressalta que essa melhora ainda não é suficiente para suprir as necessidades globais de educação.

A falta de atratividade da profissão é apontada como um dos principais obstáculos para o recrutamento e a retenção de professores. A Unesco destaca que é fundamental valorizar essa profissão e oferecer melhor formação e apoio aos professores. Além disso, é necessário cuidar das condições de trabalho, reduzir o estresse e melhorar os salários, que muitas vezes não são competitivos em relação a outras profissões que exigem o mesmo nível de qualificação.

Outro aspecto destacado pela Unesco é a discrepância de gênero no abandono da carreira de professor. A taxa de abandono é maior entre os homens, que têm mais oportunidades de emprego em outros setores e encontram mais facilidade em mudar de carreira. Além disso, existem preconceitos de gênero que atribuem a responsabilidade pela educação das crianças às mulheres.

Diante dessa situação preocupante, a Unesco recomenda sete medidas para combater a escassez de professores: investir na formação inicial e contínua dos professores, promover programas de mentoria que incentivem a colaboração entre professores experientes e novatos, oferecer salários competitivos e oportunidades de progressão na carreira, eliminar burocracia para permitir que os professores se concentrem no ensino, equilibrar a vida pessoal e profissional, oferecer cuidados de saúde mental para lidar com o estresse e promover lideranças fortes nas escolas que valorizem os professores.

É fundamental que os governos e a sociedade como um todo reconheçam a importância dos professores no desenvolvimento educacional e invistam em políticas de valorização e melhoria das condições de trabalho desses profissionais. Somente assim será possível garantir uma educação de qualidade para todos e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU.

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