UE investirá US$ 41,3 mi em vacina contra chikungunya em países de baixa renda: Valneva beneficiada com financiamento

A União Europeia, por meio da Cepi (Coalizão para Inovações de Preparação Epidêmica), anunciou um investimento de mais de US$ 41 milhões nos próximos cinco anos para ampliar o acesso à vacina contra a chikungunya em países de baixa e média renda. Esse montante também será utilizado para apoiar estudos de fase 4 do imunizante em crianças, adolescentes e grávidas em regiões com alta circulação do vírus, como é o caso do Brasil.

Esse repasse da UE será destinado à farmacêutica Valneva, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia da vacina contra a chikungunya, a primeira a ser aprovada no mundo. Somado aos investimentos anteriores, esse montante busca auxiliar no desenvolvimento de ensaios clínicos de eficácia e na comercialização do imunizante em países com menos recursos.

A Valneva já realizou estudos de eficácia do seu imunizante em adolescentes no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, que revelaram uma capacidade de induzir anticorpos contra o vírus em 98,9% dos participantes, um resultado considerado excelente. A vacina, conhecida como Ixchiq, foi aprovada para maiores de 18 anos nos Estados Unidos em novembro de 2023.

Após a aprovação da FDA, os produtores da vacina solicitaram registros à EMA e à Anvisa. O diretor executivo da Cepi, Richard Hatchett, ressaltou a importância do acesso à vacina em áreas onde a chikungunya é endêmica, destacando que esses estudos clínicos e a transferência de tecnologia acelerarão o acesso em países afetados pela doença.

O Instituto Butantan e a Valneva discutem projetos para ampliar os estudos pós-licenciamento da vacina, visando avaliar sua eficácia em locais endêmicos. Esses estudos contarão com a participação de centros de pesquisa, principalmente no Brasil, onde o Butantan coordenará as atividades.

Embora o instituto tenha condições de avançar com os estudos de fase 4 de forma independente, o apoio financeiro da Valneva ajudará a acelerar o processo. Segundo o infectologista Esper Kallás, o Butantan precisará definir a prioridade de produção na fábrica de vacinas, uma vez que a mesma tecnologia é utilizada para a vacina contra a dengue. No entanto, ele destaca o papel importante que o instituto terá na fabricação de imunizantes na América Latina.

Em um cenário em que a chikungunya ainda afeta milhões de pessoas em todo o mundo, esses investimentos e parcerias são essenciais para combater a propagação da doença e proteger a população mais vulnerável.

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