Ucrânia revela audacioso ataque aéreo contra a Rússia, utilizando drones, e obtém sucesso ao atingir aviões inimigos.

A recente ação da Ucrânia dentro do território russo mostrou-se uma das mais ousadas desde o início da guerra de drones entre os dois países. Na noite de terça-feira, a Ucrânia atingiu pelo menos quatro aviões de transporte pesado Iliuchin Il-76, principal cargueiro militar de Moscou. O ataque ocorreu em Pskov, localizada a cerca de 600 km a noroeste da capital russa. O governador local, Mikhail Vedernikov, anunciou no Telegram que o Ministério da Defesa estava repelindo um ataque de drones contra o aeroporto, enquanto publicava um vídeo mostrando um grande incêndio e sons de explosões e sirenes.

Pskov é uma cidade próxima à fronteira da Estônia, um membro da OTAN, e está localizada em uma região que ainda não havia sido atingida pela guerra. A área abriga uma importante base aérea e os danos aos Il-76 foram divulgados pela agência estatal Tass, porém sem detalhar a extensão dos estragos.

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Os aviões Iliuchin Il-76 são de origem soviética e são fundamentais para a aviação militar russa, que possui 110 dessas aeronaves. Anteriormente, drones ucranianos já haviam danificado e destruído bombardeiros estratégicos utilizados nos ataques à Ucrânia e também metade de uma frota de caças na Crimeia no ano passado.

Devido aos ataques, os voos no aeroporto moscovita de Vnukovo foram suspensos. A ação aconteceu em conjunto com o ataque de drones em diferentes pontos do sul da Rússia. A Defesa russa anunciou que três drones foram derrubados na região de Briansk, dois em Orlov, um em Tula e outro em Kaluga.

Moscou também foi alvo de um ataque, sofrendo constantes ataques de drones nas últimas semanas. A prefeitura anunciou que um aparelho foi derrubado perto do distrito de Ruzki. Essa ação aponta para uma das maiores ofensivas contra o país desde o início da guerra.

Ainda não se sabe que tipo de aparelho foi utilizado no ataque em Pskov. Os drones ucranianos possuem alcance de mais de mil quilômetros, porém são maiores e mais fáceis de serem identificados pelas defesas aéreas. Modelos menores e de alcance curto precisam ser lançados de dentro do território russo, o que sugere a participação de comandos ucranianos infiltrados ou colaboração com rebeldes contrários ao Kremlin.

Nos últimos dias, os ataques se concentraram principalmente na Crimeia, região anexada pela Rússia, onde drones foram abatidos por defesas russas. Nesta quarta-feira, a Rússia afundou quatro botes de alta velocidade que transportavam soldados de tropas especiais ucranianas que tentavam entrar na península.

Até o momento, Kiev não fez comentários sobre o episódio. No entanto, há uma semana, ocorreu uma ação secreta que envolveu a entrada de forças especiais na Crimeia, com o hasteamento da bandeira ucraniana e a destruição de uma bateria antiaérea S-400 russa na região.

Enquanto isso, a Ucrânia enfrenta dificuldades para avançar em sua contraofensiva, lançada em junho deste ano. O Ministério da Defesa local anunciou recentemente a conquista da cidade de Robotine, o que poderia indicar uma possível entrada mais incisiva na região sul de Zaporíjia. No entanto, o avanço ainda não chegou à primeira das três linhas fortificadas russas na região. Com o inverno se aproximando e a paciência do Ocidente se esgotando, a ação de Kiev tornou-se uma corrida contra o tempo, que foi temperada com um aumento nas ações simbólicas.

Caso os Il-76 tenham de fato sido destruídos, isso representaria um ganho militar significativo para a Ucrânia devido à importância dessas aeronaves para as Forças Armadas russas. Até o momento, não há informações sobre vítimas nos ataques.

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