O ex-presidente Lula arriscou seu capital político ao apostar em uma transição pacífica na Venezuela, que acabou fracassando com o Acordo de Barbados. O ditador Maduro não respeita nem mesmo aqueles que tentam negociar com ele, atacando o processo eleitoral no Brasil e se unindo aos golpistas locais.
Os tribunais superiores no Brasil têm sido fundamentais para garantir a legitimidade dos processos eleitorais e conter tendências golpistas. No entanto, em um regime como o da Venezuela, que se organiza para fraudar eleições, a presença do TSE não seria eficaz, já que a desigualdade na disputa é garantida pelo aparato estatal.
É crucial que o Itamaraty mantenha sua postura em defesa da democracia, especialmente diante das acusações de Maduro e das ameaças de violência em caso de derrota. O presidente Lula deve reforçar seu compromisso com a democracia e tomar medidas para não compactuar com um processo eleitoral antidemocrático.
O Brasil não deve romper relações com a Venezuela, mas tampouco pode endossar um processo eleitoral fraudulento. A suspensão da ida de autoridades brasileiras a Caracas para acompanhar as eleições seria uma medida sensata diante do clima de incerteza e possíveis conflitos violentos. É fundamental que o Brasil se distancie dessa farsa eleitoral e mantenha uma postura firme em favor da democracia.