Para fomentar o debate sobre a atuação dos dirigentes do time carioca diante do ocorrido, a série “O Ninho: Futebol & Tragédia”, lançada pela Netflix, contextualiza o drama dos garotos da base do Flamengo e aponta como a tragédia de fevereiro de 2019 poderia ter sido evitada e reparada.
Segundo Pedro Asberg, diretor da produção, a tragédia faz parte da história do clube e é crucial que não seja esquecida, para evitar que os erros do passado se repitam. A série, dividida em três episódios, traz depoimentos de sobreviventes, familiares das vítimas e jornalistas envolvidos na investigação.
Enquanto as famílias afirmam não terem conhecimento das condições precárias do alojamento, reportagens indicam que o Flamengo sabia dos riscos, como problemas nas instalações elétricas. Atualmente, oito pessoas respondem a uma ação penal por homicídios culposos e lesões corporais.
A produção da série buscou ouvir os envolvidos, mas muitos não responderam aos pedidos de entrevistas. O Flamengo, por sua vez, divulgou uma nota lamentando a tragédia e reiterando que não pretende esquecer o ocorrido.
Além disso, a série revela imagens inéditas do incêndio e recria momentos para destacar as causas do incidente. O diretor espera que a obra sensibilize a torcida rubro-negra a cobrar uma postura mais humana da diretoria em relação às famílias das vítimas.
Apesar de acordos terem sido feitos com nove das dez famílias, algumas ainda buscam reparação na Justiça. O pai do goleiro Christian Esmério, por exemplo, deve receber uma indenização em torno de R$ 1,4 milhão. A série ressalta a importância de preservar a memória desses jovens e criticou a falta de reconhecimento do clube em relação à tragédia.
Com o intuito de garantir que a tragédia não seja esquecida e que as vítimas sejam lembradas, a série busca humanizar as histórias das famílias afetadas e dos sobreviventes, trazendo à luz a necessidade de justiça e reparação.