Os debates políticos, que deveriam ser espaços para troca de ideias e propostas entre os candidatos, muitas vezes se transformam em verdadeiros espetáculos de entretenimento. A busca por audiência parece estar acima do compromisso com a democracia e o debate de ideias. A presença de determinados candidatos, cujo comportamento é mais voltado para a provocação e a desordem, compromete a qualidade do debate e a própria essência da democracia.
A Síndrome do Pombo Enxadrista, que descreve a atitude de trolls e provocadores em debates públicos, ilustra bem essa situação. Enfrentar aqueles que não têm interesse em dialogar de forma construtiva é como jogar xadrez com um pombo: eles destroem as regras, agem de forma infantil e ilógica, e ainda saem cantando vitória.
Apesar de ser claro o posicionamento de determinados convidados, como no caso de Marçal, a permanência deles nos debates parece se justificar unicamente pela busca por audiência. No entanto, manter figuras que desrespeitam as regras do debate e agem de forma prejudicial à democracia não é um sinal de respeito à cidadania.
É fundamental repensar o papel dos debates políticos na sociedade e resgatar sua relevância como instrumento de informação e debate de ideias. Permitir que a democracia seja violada em nome do entretenimento e da audiência é um desrespeito aos princípios democráticos. A imprensa e os organizadores de debates precisam se posicionar de forma mais firme e coerente diante dessas situações.
Diante dos desafios enfrentados pelos mediadores de debates políticos, cabe à sociedade e aos veículos de comunicação exigir a manutenção da qualidade e do respeito nas discussões, preservando a essência do debate democrático. Jornalistas e comunicadores que atuam nesse contexto devem ser reconhecidos e valorizados pelo importante papel desempenhado na promoção do diálogo e da informação.