O novo presidente-executivo da Boeing, Kelly Ortberg, havia proposto um aumento salarial de 25% ao longo de quatro anos, abaixo dos 40% exigidos pelos trabalhadores representados pela IAM (Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais). A maioria dos trabalhadores rejeitou a proposta, com 94,6% dos votos contra o acordo e 96% a favor da greve.
Esta é a primeira greve dos trabalhadores da Boeing desde 2008, em um momento delicado para a fabricante. Recentemente, a companhia tem sido questionada por reguladores e clientes dos EUA devido a incidentes envolvendo seus jatos, como a perda de parte da fuselagem de um 737 Max em janeiro.
A greve dos trabalhadores da Boeing pode afetar significativamente as finanças da empresa, que já sofrem com uma dívida de US$ 60 bilhões. Caso a paralisação seja prolongada, ela também pode ter impacto nas companhias aéreas que dependem dos jatos da fabricante e nos fornecedores que produzem peças e componentes para suas aeronaves.
Segundo especialistas, uma greve de 50 dias poderia custar à Boeing entre US$ 3 bilhões e US$ 3,5 bilhões em fluxo de caixa. A última greve dos trabalhadores em 2008 fechou fábricas por 52 dias e afetou a receita da empresa em cerca de US$ 100 milhões por dia.
Diante desse cenário, a fabricante de aviões se comprometeu em retomar as negociações para chegar a um novo acordo com os trabalhadores em greve. Até o momento, a Casa Branca não se pronunciou sobre a situação. A greve dos trabalhadores da Boeing é mais um desafio em meio às crises enfrentadas pela empresa, que buscam restaurar a confiança de seus colaboradores e clientes em meio a atrasos na produção e questões de segurança.