Trabalhadores da aviação solicitam compromisso de estabilidade de emprego em pacote de socorro do governo às companhias aéreas

Trabalhadores da aviação civil pedem inclusão no pacote de socorro do governo

Representantes de pilotos, comissários de bordo e outros profissionais da aviação civil estão pleiteando ao governo que sejam incluídos no pacote de socorro que está sendo estudado para as companhias aéreas. Eles solicitam que o governo inclua no pacote o compromisso de estabilidade de emprego por três anos, a partir do momento em que as companhias aéreas tiverem acesso aos recursos.

O pacote em estudo envolve a flexibilização de condições para negociar dívidas tributárias e regulatórias com a União, além de uma linha de crédito no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), com a garantia do Fnac (Fundo Nacional de Aviação Civil) em caso de inadimplência. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o fundo avaliado para socorrer o setor pode chegar a R$ 6 bilhões.

Segundo Henrique Hacklaender, presidente do SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), “São necessários alguns compromissos para o lado dos trabalhadores. Desenhamos algo mais voltado para compromissos do que para suporte financeiro. Estamos defendendo a manutenção dos postos de trabalho. Se as empresas receberem esse suporte financeiro, que elas garantam que isso não vai ser usado inclusive para cortes.”

A solicitação formal dos trabalhadores ao governo foi enviada um dia depois do anúncio da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos. O pleito pela proteção aos empregos não foi motivado especificamente pelo caso da Gol, mas sim pelas negociações do pacote de ajuda ao setor como um todo.

A Gol afirmou que irá manter o funcionamento normal da companhia durante o processo de proteção contra falência, chamado de Chapter 11, que tramita na Justiça americana. Além disso, a companhia conta com um financiamento de US$ 950 milhões na modalidade DIP (debtor in possession), o qual permitirá que a empresa pague salários e honre todos os compromissos com parceiros de negócios e fornecedores de bens e serviços.

Além do SNA, a Fentac (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil), ligada à CUT, e outras entidades representativas dos profissionais assinaram o documento com os pleitos, que foi enviado aos ministérios do Trabalho, da Fazenda, de Portos e Aeroportos, ao BNDES e à Presidência. Eles também pedem ao governo o compromisso de ganho real, compensando a inflação e a perda salarial dos últimos quatro anos, além da constituição de uma comissão do setor para solucionar conflitos judiciais coletivos e abordar temas ligados à saúde e à segurança do trabalho.

Enquanto as discussões em torno do pacote de auxílio acontecem, o governo cobra das companhias aéreas esforços para baratear o preço das passagens e promete lançar o programa Voa Brasil, com bilhetes por R$ 200 para aposentados e estudantes do Prouni. As três grandes aéreas brasileiras, Latam, Azul e Gol, já anunciaram compromissos para elevar a oferta ou disponibilizar cotas de passagens promocionais ao longo do ano.

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