Repórter São Paulo – SP – Brasil

Terremoto político: onda de manifestações internacionais pressiona governos ocidentais a conter genocídio iminente em Gaza.

No centro de uma das maiores crises humanitárias do mundo, a questão que paira sobre todos nós é: como impedir o genocídio iminente em Gaza? Enquanto a população civil palestina sofre os horrores do bombardeio israelense, os governantes do Ocidente deixaram claro que irão permitir que Israel execute seus planos, invocando o “direito à defesa” do país. Os Estados Unidos e o Reino Unido enviaram navios de guerra para demonstrar seu apoio inabalável a Israel, enquanto Ursula von der Leyen se deslocou a Tel Aviv para dar a Netanyahu o apoio da União Europeia. Visa também enfraquecer o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções, sob o pretexto de “combater o terrorismo” ou “combater o antissemitismo”.

As manifestações pró-Palestina foram proibidas em diversos países, como França, Berlim e Reino Unido, num claro esforço de reprimir os movimentos de solidariedade. Tudo isso porque desafiar esse poder é inadmissível, uma vez que qualquer tentativa de responsabilizar Israel pelos seus crimes é uma tentativa de também responsabilizar os nossos próprios Estados pelo seu envolvimento neles.

No entanto, no fim de semana dos dias 14 e 15 de outubro, surgiu um movimento internacionalista em todo o mundo, com centenas de milhares, talvez milhões, marchando nas ruas de Sana’a, Bagdá, Rabat, Amã, Londres, Paris, Berlim, Nova Iorque, Bruxelas, Roma, Cidade do Cabo, Tunes, Nairobi, Sidney e Santiago para exigir o fim da ofensiva e do cerco a Gaza, e uma Palestina livre.

Os sindicatos palestinos fizeram um apelo aos sindicalistas de todo o mundo para demonstrar sua solidariedade, recusando-se a continuar com o fornecimento de armas a Israel. Nos Estados Unidos, os ativistas têm como alvo os gabinetes dos principais formuladores políticos, organizando protestos e ocupações, exigindo que deixem de apoiar os crimes de Israel.

Os sindicatos do Reino Unido expressaram seu apoio às manifestações, e agora a pressão está sobre eles para traduzir tal preocupação em intervenções significativas. A tarefa que temos pela frente é clara: é preciso aumentar a pressão sobre os governos e sobre o próprio Estado de Israel, para que coloquem fim ao genocídio e aos deslocamentos em massa. A história recente do movimento de solidariedade oferece métodos que se provaram eficazes, como mirar fábricas de armamento e impedir a produção de armas destinadas a serem utilizadas contra os palestinos.

Em resumo, a pressão política e as ações laborais de solidariedade são fundamentais para conter a máquina de matar israelense e exigir que os governos ocidentais recuem em seu apoio a Israel. É preciso que os sindicatos de todo o Ocidente assumam um papel de destaque nesse movimento, recusando-se a fabricar e transportar armas para Israel, pressionando os governos e tomando medidas contra as empresas cúmplices. Não podemos aceitar o genocídio, a limpeza étnica e uma segunda Nakba como atos divinos. A colaboração dos nossos governos implica em custos que não podemos mais ignorar.

Sair da versão mobile