As manifestações pró-Palestina foram proibidas em diversos países, como França, Berlim e Reino Unido, num claro esforço de reprimir os movimentos de solidariedade. Tudo isso porque desafiar esse poder é inadmissível, uma vez que qualquer tentativa de responsabilizar Israel pelos seus crimes é uma tentativa de também responsabilizar os nossos próprios Estados pelo seu envolvimento neles.
No entanto, no fim de semana dos dias 14 e 15 de outubro, surgiu um movimento internacionalista em todo o mundo, com centenas de milhares, talvez milhões, marchando nas ruas de Sana’a, Bagdá, Rabat, Amã, Londres, Paris, Berlim, Nova Iorque, Bruxelas, Roma, Cidade do Cabo, Tunes, Nairobi, Sidney e Santiago para exigir o fim da ofensiva e do cerco a Gaza, e uma Palestina livre.
Os sindicatos palestinos fizeram um apelo aos sindicalistas de todo o mundo para demonstrar sua solidariedade, recusando-se a continuar com o fornecimento de armas a Israel. Nos Estados Unidos, os ativistas têm como alvo os gabinetes dos principais formuladores políticos, organizando protestos e ocupações, exigindo que deixem de apoiar os crimes de Israel.
Os sindicatos do Reino Unido expressaram seu apoio às manifestações, e agora a pressão está sobre eles para traduzir tal preocupação em intervenções significativas. A tarefa que temos pela frente é clara: é preciso aumentar a pressão sobre os governos e sobre o próprio Estado de Israel, para que coloquem fim ao genocídio e aos deslocamentos em massa. A história recente do movimento de solidariedade oferece métodos que se provaram eficazes, como mirar fábricas de armamento e impedir a produção de armas destinadas a serem utilizadas contra os palestinos.
Em resumo, a pressão política e as ações laborais de solidariedade são fundamentais para conter a máquina de matar israelense e exigir que os governos ocidentais recuem em seu apoio a Israel. É preciso que os sindicatos de todo o Ocidente assumam um papel de destaque nesse movimento, recusando-se a fabricar e transportar armas para Israel, pressionando os governos e tomando medidas contra as empresas cúmplices. Não podemos aceitar o genocídio, a limpeza étnica e uma segunda Nakba como atos divinos. A colaboração dos nossos governos implica em custos que não podemos mais ignorar.