A história política da Bolívia recentemente foi marcada por turbulências, envolvendo a renúncia de Evo Morales e sua linha de sucessão em meio a uma rebelião social e protestos intensos. A tentativa de burlar as leis constitucionais para concorrer novamente em 2019 levou a um cenário de instabilidade e violência nas ruas de La Paz.
O racismo contra os povos indígenas tem sido um tema recorrente na história boliviana, motivando guerras e levantes. Os sindicatos mais combativos na região são formados por mineiros, transportadores e produtores de coca, refletindo a luta por melhores condições e representatividade. García Linera defende uma continuidade do projeto de inclusão iniciado pelo MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Evo Morales, para garantir que os indígenas ocupem cargos de destaque na sociedade.
A tentativa de golpe de Estado da última semana, liderada por um ex-general do Exército, foi vista como uma forma de ameaçar esse processo de inclusão e transformação iniciado por Morales. Atualmente, figuras como Andrónico Rodríguez, um líder cocaleiro de 35 anos que atua no Senado, surgem como possíveis sucessores dentro do MAS. O ex-presidente vê nele as qualidades para liderar o movimento, mas a renovação ainda não parece iminente.
Em um país marcado pela diversidade étnica e pela luta por representatividade, a política boliviana continua sendo um cenário de intensos debates e desafios, refletindo a busca por uma sociedade mais inclusiva e justa para todos os seus cidadãos.