Os incidentes são mais um capítulo de uma escalada de violência desde que o Hamas realizou o maior ataque terrorista da história de Israel, matando mais de 1.300 pessoas no sábado retrasado (7). Em resposta, o Estado judeu já matou 2.300 palestinos na Faixa de Gaza, que é controlada pelos terroristas.
O ataque deste domingo ocorreu quando um míssil antitanque do Hizbullah foi disparado da cidade de Ayta a-Shaab, que faz fronteira com Shtula na chamada linha azul, uma fronteira estabelecida pela ONU desde 2000.
Uma pessoa morreu e três ficaram feridas. As Forças de Defesa de Israel (IDF) estabeleceram uma área tampão de 4 km a partir da linha azul, isolando a fronteira e evacuando civis. Em seguida, iniciaram o bombardeio de posições do Hizbullah.
Além disso, as IDF bloquearam o sinal de GPS em toda a região norte de Israel, afetando o funcionamento de aplicativos de celular. O objetivo é atrapalhar a precisão de mísseis e comunicações de possíveis infiltrados na área.
Essa troca de fogo é algo usual na região. O Hizbullah é um aliado do Hamas e ambos são apoiados pelo regime teocrático do Irã, que utiliza esses grupos como intermediários para evitar um confronto direto com Israel por ser um país com armas nucleares.
No entanto, a escalada de conflitos deste domingo ocorre um dia após o chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, se reunir com líderes do Hamas, do Hizbullah e da Jihad Islâmica no Qatar. O objetivo dessas reuniões é fortalecer a resistência à existência de Israel e à normalização das relações de Tel Aviv com países árabes, como os Emirados Árabes Unidos.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, também se reuniu com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, em Riad. O líder saudita afirmou que é necessário parar a atual escalada, respeitar a lei internacional e suspender o cerco à Faixa de Gaza.
Os Estados Unidos têm agido de forma surpreendente, anunciando o envio de um segundo grupo de porta-aviões para o litoral israelense. O objetivo é enviar um recado aos rivais regionais de Israel sobre as consequências de interferir na guerra contra o Hamas. Além disso, o Departamento de Defesa reforçou as bases militares da região com aviões de ataque e tanques especializados em combate blindado.
No campo diplomático, o Irã continua a apoiar a luta palestina e seus aliados afirmam estar prontos para a guerra. Porém, é no norte de Israel que a dinâmica tem sido testada diariamente.
Para Israel, a entrada do Hizbullah em cena seria um grande problema militar, pois a milícia possui um impressionante arsenal de foguetes e mísseis e já demonstrou sua capacidade de enfrentar Tel Aviv na guerra de 2006.
Além disso, há também a questão da Síria, que já sofreu dois ataques aéreos, supostamente realizados por aviões israelenses. As IDF nunca comentam essas ações, mas elas também foram confirmadas pela Rússia, que é aliada do eixo anti-Israel, mas mantém relações próximas com o governo israelense.
Esses ataques têm como objetivo evitar que a Síria envie armas próprias ou iranianas para reforçar o Hizbullah e o Hamas. Não por acaso, os alvos foram as pistas de dois aeroportos.
Em resumo, a tensão regional entre Israel, Hamas, Hizbullah e outros grupos está em crescente e a escalada de violência deste domingo resultou na morte de uma pessoa em território israelense. A resposta de Tel Aviv foi isolar a fronteira com o Líbano e iniciar bombardeios contra o Hizbullah. Os Estados Unidos também estão intensificando sua presença na região, enviando mais porta-aviões e reforçando as bases militares. No entanto, a questão ainda tem muitas nuances e pode se desdobrar de diversas formas, envolvendo outros atores regionais.