Tensão na fronteira entre Israel e Líbano cresce após ataque do Hizbullah; Tel Aviv inicia bombardeio a posições da milícia

A tensão regional entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas aumentou neste domingo (15), após um ataque do Hizbullah que resultou na morte de uma pessoa na cidade israelense de Shtula, localizada no norte do país. Como resposta, Tel Aviv isolou sua fronteira com o Líbano e iniciou bombardeios contra posições da milícia.

Os incidentes são mais um capítulo de uma escalada de violência desde que o Hamas realizou o maior ataque terrorista da história de Israel, matando mais de 1.300 pessoas no sábado retrasado (7). Em resposta, o Estado judeu já matou 2.300 palestinos na Faixa de Gaza, que é controlada pelos terroristas.

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O ataque deste domingo ocorreu quando um míssil antitanque do Hizbullah foi disparado da cidade de Ayta a-Shaab, que faz fronteira com Shtula na chamada linha azul, uma fronteira estabelecida pela ONU desde 2000.

Uma pessoa morreu e três ficaram feridas. As Forças de Defesa de Israel (IDF) estabeleceram uma área tampão de 4 km a partir da linha azul, isolando a fronteira e evacuando civis. Em seguida, iniciaram o bombardeio de posições do Hizbullah.

Além disso, as IDF bloquearam o sinal de GPS em toda a região norte de Israel, afetando o funcionamento de aplicativos de celular. O objetivo é atrapalhar a precisão de mísseis e comunicações de possíveis infiltrados na área.

Essa troca de fogo é algo usual na região. O Hizbullah é um aliado do Hamas e ambos são apoiados pelo regime teocrático do Irã, que utiliza esses grupos como intermediários para evitar um confronto direto com Israel por ser um país com armas nucleares.

No entanto, a escalada de conflitos deste domingo ocorre um dia após o chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, se reunir com líderes do Hamas, do Hizbullah e da Jihad Islâmica no Qatar. O objetivo dessas reuniões é fortalecer a resistência à existência de Israel e à normalização das relações de Tel Aviv com países árabes, como os Emirados Árabes Unidos.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, também se reuniu com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, em Riad. O líder saudita afirmou que é necessário parar a atual escalada, respeitar a lei internacional e suspender o cerco à Faixa de Gaza.

Os Estados Unidos têm agido de forma surpreendente, anunciando o envio de um segundo grupo de porta-aviões para o litoral israelense. O objetivo é enviar um recado aos rivais regionais de Israel sobre as consequências de interferir na guerra contra o Hamas. Além disso, o Departamento de Defesa reforçou as bases militares da região com aviões de ataque e tanques especializados em combate blindado.

No campo diplomático, o Irã continua a apoiar a luta palestina e seus aliados afirmam estar prontos para a guerra. Porém, é no norte de Israel que a dinâmica tem sido testada diariamente.

Para Israel, a entrada do Hizbullah em cena seria um grande problema militar, pois a milícia possui um impressionante arsenal de foguetes e mísseis e já demonstrou sua capacidade de enfrentar Tel Aviv na guerra de 2006.

Além disso, há também a questão da Síria, que já sofreu dois ataques aéreos, supostamente realizados por aviões israelenses. As IDF nunca comentam essas ações, mas elas também foram confirmadas pela Rússia, que é aliada do eixo anti-Israel, mas mantém relações próximas com o governo israelense.

Esses ataques têm como objetivo evitar que a Síria envie armas próprias ou iranianas para reforçar o Hizbullah e o Hamas. Não por acaso, os alvos foram as pistas de dois aeroportos.

Em resumo, a tensão regional entre Israel, Hamas, Hizbullah e outros grupos está em crescente e a escalada de violência deste domingo resultou na morte de uma pessoa em território israelense. A resposta de Tel Aviv foi isolar a fronteira com o Líbano e iniciar bombardeios contra o Hizbullah. Os Estados Unidos também estão intensificando sua presença na região, enviando mais porta-aviões e reforçando as bases militares. No entanto, a questão ainda tem muitas nuances e pode se desdobrar de diversas formas, envolvendo outros atores regionais.

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