Essa reflexão sobre a falta de tempo para atividades que não estejam relacionadas ao trabalho ou ao crescimento profissional é um tema recorrente na vida contemporânea. Os eventos culturais, que deveriam ser momentos de relaxamento e diversão, muitas vezes são encarados como oportunidades de networking e de melhoria de repertório. A pressão para estar sempre ocupado, sempre produzindo, transforma até mesmo o tempo de lazer em mais uma tarefa a ser cumprida de forma eficiente.
O texto faz uma crítica ao utilitarismo que permeia nossa sociedade, onde até mesmo atividades de lazer são vistas como meios para atingir outros fins. O autor questiona a ideia de que um show ou uma ida a uma casa de shows são apenas formas de se nutrir de música e poesia para transformar em energia para a semana de trabalho que se inicia.
Além disso, o autor faz uma reflexão sobre a liberdade individual e a falta de tempo para se dedicar a atividades que vão além do trabalho. Ele relembra de um freela que fez para uma revista de uma grande empresa, entrevistando funcionários que tinham hobbies e interesses fora do ambiente corporativo. Essa iniciativa visava estimular os funcionários a redescobrir o mundo fora dos muros da empresa, evitando que se tornassem verdadeiros zumbis corporativos.
Ao final, o autor compartilha uma experiência real em um show de amigos músicos, onde uma letra de música questiona o ato de cantar e ouvir, trazendo à tona a reflexão sobre a importância de aproveitar as horas vagas de forma plena. A crônica encerra com a ideia de que o tempo livre é precioso e deve ser aproveitado da melhor forma possível, sem a pressão de transformá-lo em mais uma obrigação a ser cumprida.