Essa disparidade de gênero levanta questionamentos sobre as oportunidades e o potencial das mulheres nordestinas no mercado de trabalho. Contrariando possíveis preconceitos, as mulheres da região apresentam resultados de aprendizagem superiores aos homens ao concluírem o ensino formal. No entanto, essas capacidades não estão sendo plenamente absorvidas pelo mercado de trabalho. O Relatório de Capital Humano Brasileiro do Banco Mundial aponta que, em média, 46% do potencial produtivo das mulheres brasileiras não são aproveitados, um número que chega a 56% no Nordeste.
A subutilização do talento feminino representa uma perda econômica significativa para a região, que poderia se beneficiar do chamado dividendo demográfico caso oferecesse mais oportunidades para as mulheres. Com uma estrutura demográfica jovem e grandes desafios de desigualdade e pobreza, o Nordeste precisa mobilizar esse potencial para impulsionar seu desenvolvimento.
Diversos obstáculos, como responsabilidades domésticas, preconceitos de gênero, disparidade salarial, trabalho informal e criminalidade, limitam a participação feminina no mercado de trabalho. Para reverter esse cenário, é fundamental implementar políticas públicas que promovam a igualdade de gênero, o acesso a serviços de cuidado infantil, a flexibilização do trabalho, o empreendedorismo feminino, a igualdade salarial e o combate à discriminação.
Ao criar um ambiente mais inclusivo e seguro, o Nordeste poderá não apenas aproveitar o potencial das mulheres, mas também promover um crescimento econômico mais sustentável e equitativo. É hora de reconhecer e valorizar o papel fundamental das mulheres no desenvolvimento da região, transformando-as em verdadeiros motores de crescimento para o futuro.