No ano passado, a tarifa da energia de Itaipu para as distribuidoras que compram sua energia ficou em R$ 294 por MWh, um valor muito acima das outras oito grandes hidrelétricas comparáveis. A média de custo do MWh desse grupo foi de R$ 101,78, tornando a tarifa de Itaipu quase três vezes mais alta.
O levantamento destacou que a tarifa de Itaipu deveria ser compatível com a praticada por hidrelétricas mais antigas, como Furnas e Itaparica, cujas tarifas foram de R$ 65 e R$ 70, respectivamente, no ano passado. A discrepância nos preços levanta questões sobre a gestão e eficiência na utilização dos recursos da usina.
Além disso, o estudo apontou que o valor da energia de Itaipu supera até mesmo o das três hidrelétricas mais jovens da região Norte, que ainda não amortizaram todos os custos de implantação. A tarifa final de Itaipu para os consumidores brasileiros foi de R$ 235,70 por MWh em 2023.
Os especialistas do setor afirmam que essa diferença de preço não tem justificativa técnica, mas sim política. Os governos do Brasil e do Paraguai têm utilizado recursos da usina para financiar projetos e obras de interesse público, o que acaba impactando na tarifa final para os consumidores.
O embate entre Brasil e Paraguai em relação aos custos de Itaipu para 2024 reflete a complexidade da situação. Enquanto o governo paraguaio busca mais recursos, o governo brasileiro tenta manter a tarifa estável, apesar dos custos adicionais com projetos socioambientais e a inexistência mais dos custos da dívida de construção.
Nesse contexto, a discussão sobre a tarifa de Itaipu é fundamental para garantir a competitividade e a modicidade tarifária no setor energético brasileiro. A eficiência na gestão dos recursos da usina e a transparência na definição dos preços são essenciais para assegurar um fornecimento de energia mais acessível e sustentável para os consumidores.