Taiwan elege Lai Ching-te como presidente, e tensões com China aumentam.

Na última votação realizada em Taiwan neste sábado, o candidato favorável à independência da ilha, Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista (PDP), foi eleito presidente para os próximos quatro anos. A vitória de Lai representa a terceira vitória seguida inédita para um partido na ilha desde o primeiro pleito democrático em 1996.

Com 86% dos votos apurados pela Comissão Central da Eleição, Lai somava 40,8%, contra 33,3% de Hou Yu-ih (Kuomintang, KMT) e 26% de Ko Wen-je (Partido do Povo de Taiwan, PPT). Defensores da retomada dos contatos com a China, Hou e Ko chegaram a anunciar uma chapa única, mas desistiram no início de dezembro sem acordo sobre quem seria o candidato.

Durante a campanha, Lai buscou se afastar de declarações anteriores em que descrevia a si mesmo como “um trabalhador pragmático pela independência” e passou a argumentar que Taiwan já é independente, como República da China, nome oficial da ilha. No entanto, deslizes na reta final mostraram que sua capacidade de moderação é limitada.

No único debate entre os candidatos, ele afirmou que não é possível confiar na Constituição da República da China (Taiwan) para negociar com Pequim, indicando que poderia buscar mudanças. Isso foi visto como uma divergência frontal com a postura histórica da presidente Tsai Ing-wen, também do PDP, mas de ala mais conciliatória.

A eleição foi acompanhada com atenção por China e Estados Unidos. Em Washington, houve uma reunião que tratou do tema, e em Pequim, a porta-voz do Ministério do Exterior afirmou que “qualquer que seja o resultado, ele não vai mudar o fato básico de que Taiwan faz parte da China e de que só existe uma China”.

Analistas políticos projetam que, com a eleição de Lai, Pequim mantenha alguma pressão sobre a ilha nos próximos meses, mas de forma mais sutil.

As urnas foram fechadas às 16h, e os candidatos votaram sem incidentes nos seus distritos. No entanto, o cenário político na ilha desperta a atenção de China e Estados Unidos, e deixa incertezas sobre os próximos passos na relação entre Taiwan e o continente.

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