O aumento alarmante de casos de dengue também tem impactado o comércio, com a venda de repelentes registrando um aumento de 400%. A situação é tão grave que o Exército precisou intervir, abrindo um hospital de campanha em Ceilândia, cidade satélite da capital, para aliviar a pressão sobre os hospitais. Nos primeiros três dias de funcionamento, a unidade atendeu impressionantes 3.500 pacientes.
O virologista Edilson Luiz Durigon atribui a proliferação do mosquito transmissor da dengue ao clima quente e úmido, que cria o ambiente ideal para a reprodução. No entanto, ele critica as autoridades por descuidarem das políticas de prevenção, uma vez que o mosquito se reproduz no ambiente doméstico.
A situação é agravada pela escassez de vacinas contra a dengue. A campanha de vacinação, que iniciou no dia 2 de fevereiro, dispõe de apenas 750.000 doses, o que está levando a uma prioritização de crianças e adolescentes, considerados mais vulneráveis. Porém, o restante da população terá que recorrer às clínicas privadas, onde as duas doses da vacina podem custar até R$ 1.000, o equivalente a 75% do salário mínimo do Brasil.
Diante desse cenário preocupante, é crucial que as autoridades envidem esforços para conter o surto de dengue e garantir o acesso da população às vacinas necessárias. A situação demanda uma atuação coordenada entre o governo, a sociedade civil e as instituições de saúde para enfrentar essa crise de saúde pública e proteger a população.