Repórter São Paulo – SP – Brasil

Sub-representação de mulheres negras e candidatos pretos e pardos reflete desigualdade no acesso a cargos políticos de destaque.

A atual situação política brasileira reflete o acesso limitado de pretos e pardos a espaços mais valorizados, como a candidatura para prefeituras. A desigualdade racial se manifesta claramente quando observamos o baixo número de candidaturas negras para cargos de grande relevância, como o de prefeito. Isso evidencia a dificuldade do sistema político em proporcionar oportunidades igualitárias para todos os grupos.

Além disso, o percentual de candidaturas negras impacta diretamente na distribuição de recursos para as campanhas eleitorais. Segundo a legislação vigente, os partidos devem destinar uma parcela do dinheiro disponível proporcional ao número de candidaturas negras que representam. No entanto, recentemente o Congresso aprovou uma emenda à constituição que reduzirá o repasse mínimo para pretos e pardos a partir de 2024, o que pode resultar em uma diminuição significativa dos recursos destinados a esses candidatos.

Outro ponto importante a se destacar é a sub-representação das mulheres negras no cenário político. Apesar de representarem 28,1% da população brasileira, apenas 17,6% das candidaturas são de mulheres negras. Essa disparidade fica ainda mais evidente quando comparada à super-representação de homens brancos, que constituem 29,9% dos candidatos, mesmo sendo apenas 20,58% da população.

A legislação eleitoral prevê a destinação de, no mínimo, 30% do dinheiro das campanhas às mulheres, visando estimular a entrada desse grupo na política. No entanto, é necessário um esforço maior para garantir uma representação mais equitativa de todos os segmentos da sociedade nos espaços de poder. A luta pela inclusão e pela igualdade racial e de gênero no campo político ainda se mostra como um desafio a ser superado no Brasil.

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