STF forma maioria para reconhecer que porte de maconha para consumo próprio não é crime e ministros debatem critérios objetivos.

Nesta terça-feira, 25 de maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para reconhecer que o porte de maconha para consumo próprio não deve ser considerado crime. Depois do voto do ministro Dias Toffoli, os ministros ainda estão debatendo critérios objetivos para diferenciar usuários de traficantes, como a quantidade de droga em posse.

A decisão só terá efeitos práticos quando o julgamento for finalizado e o acórdão for publicado. Neste momento, a Lei de Drogas, aprovada em 2006, não prevê pena de prisão para o porte de drogas, sendo considerado um ilícito administrativo, e não um crime. No entanto, o consumo continua proibido.

Os ministros que votaram a favor da descriminalização foram Gilmar Mendes, Rosa Weber (aposentada), Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Já Cristiano Zanin, Kassio Nunes Marques e André Mendonça se posicionaram contra a descriminalização.

Dentre os argumentos utilizados, prevaleceu a ideia de que a dependência de drogas é um problema de saúde pública. Uma das consequências práticas da decisão é que os usuários não terão antecedentes criminais, o que pode facilitar a busca por tratamento nos casos de dependência.

A quantidade de droga a ser considerada para diferenciar usuários de traficantes ainda é um ponto em discussão no STF. Propostas variam de 25 a 60 gramas, com uma corrente defendendo a abertura de prazo para o Congresso estabelecer esse limite. Essa questão é crucial para evitar abordagens preconceituosas e uniformizar as sentenças.

O julgamento gerou polêmica e desentendimentos com o Congresso. A bancada evangélica reagiu contra a interferência do Judiciário, e o presidente do Senado criticou a discussão sobre regulação das drogas no STF. Está sendo debatida uma proposta para incluir na Constituição a criminalização do porte de drogas.

Em resumo, a decisão do STF sobre o porte de maconha para consumo próprio está em andamento e promete gerar debates e reflexões sobre a política de drogas no Brasil. A questão da diferenciação entre usuários e traficantes ainda precisa ser definida, assim como a definição de uma quantidade limite de droga para cada categoria. A relação entre o Judiciário e o Legislativo também é fundamental para a implementação das mudanças propostas.

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