Por outro lado, o gerente de produto Guilherme Makki enxerga a descriminalização como um primeiro passo para a autonomia individual, abrindo caminho para futuras discussões sobre a legalização do uso recreativo da maconha no Brasil. A decisão do STF não libera o uso da droga, mas impede que o usuário seja processado criminalmente, podendo receber uma advertência ou até participar de cursos educativos sobre o tema.
Um ponto relevante do julgamento foi a definição da quantidade de maconha que diferencia um usuário de um traficante. Alguns ministros sugeriram um limite de até 60 gramas para uso pessoal, enquanto outros defendem 25 gramas. A discussão sobre o cultivo caseiro também foi abordada, estabelecendo a possibilidade de seis plantas fêmeas por pessoa.
O educador Carlos Rodrigues, engajado na organização da Marcha da Maconha São Paulo, acredita que a descriminalização pode reduzir o encarceramento, mas alerta para a possibilidade de forjamento de flagrantes pela polícia. Outro ponto destacado no debate é a questão racial, evidenciada por um estudo do Insper que aponta discrepâncias na abordagem policial com base na cor da pele.
Por fim, o jornalista Bruno Ferreira, usuário de maconha e CBD para tratamento médico, expressa preocupação com a politização da questão das drogas no Brasil, apontando que a legalização pode ser adiada devido a interesses financeiros. Segundo ele, a guerra às drogas ainda traz mais benefícios financeiros do que a legalização. A discussão sobre a descriminalização do porte de maconha continua sendo um tema relevante na sociedade brasileira, com diferentes perspectivas sobre os impactos dessa decisão.
