STF decide pela descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, estabelecendo limite de 40g no país.

Na última terça-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) proferiu uma decisão histórica sobre a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal no Brasil. A votação finalizada no dia 25 de junho resultou na declaração de inconstitucionalidade do artigo 28 da lei 11.343/2006, conhecida como Lei de Drogas, que criminaliza a aquisição, guarda e transporte de entorpecentes para consumo pessoal.

Essa decisão do STF visa estabelecer critérios objetivos para distinguir usuários de traficantes, uma vez que a legislação vigente não especifica qual quantidade de droga caracterizaria o uso individual, levando à interpretação subjetiva e injusta. Pesquisadores destacam a importância histórica desse julgamento, destacando que a medida visa garantir a igualdade perante a lei, evitando que pessoas de baixa renda sejam prejudicadas em relação aos mais privilegiados.

Ao mesmo tempo, o Congresso Nacional está discutindo uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa tornar crime a posse e porte de qualquer quantidade de droga ilícita, como maconha, cocaína ou ecstasy. A proposta dos parlamentares contrasta com a decisão do STF, gerando debates e discordâncias em relação à abordagem mais adequada para lidar com a questão das drogas no país.

A diferenciação entre usuário e traficante é um ponto central nesse debate. Enquanto a Lei de Drogas e a PEC das Drogas não estabelecem critérios objetivos claros, a decisão do STF definiu a quantidade de até 40 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas como parâmetro para distinguir os dois perfis.

Outro aspecto relevante é a possibilidade de prisão. Tanto a Lei de Drogas quanto a decisão do STF e a PEC das Drogas concordam que apenas traficantes podem ser presos, mas há diferenças nos tipos de pena e medidas adotadas no caso de usuários.

Em suma, a questão da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal no Brasil envolve não apenas questões legais e jurídicas, mas também reflexões sobre igualdade, justiça social e políticas de drogas. O debate continua em aberto, com diferentes atores buscando encontrar o equilíbrio entre a segurança pública, os direitos individuais e a saúde coletiva.

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