Stara, fabricante de máquinas agrícolas, é multada em quase R$ 1 milhão pela CVM por não entregar demonstrações financeiras de 2022

A Stara, empresa especializada na fabricação de máquinas agrícolas, foi multada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) devido à falta de entrega das demonstrações financeiras do ano de 2022. A diretoria da empresa, que pertence ao empresário Átila Trennepohl, recebeu uma multa no valor de quase R$ 1 milhão. Essa multa se soma a uma série de outros problemas enfrentados pela empresa.

Uma das situações que gerou polêmica foi um comunicado enviado a fornecedores logo após o primeiro turno das eleições de 2022, onde a empresa ameaçou cortar negócios caso o candidato Luiz Inácio Lula da Silva vencesse a disputa. Esse comunicado foi confirmado pelo próprio Átila Trennepohl em um vídeo onde ele mencionou que a instabilidade política e a possível alteração de diretrizes econômicas, com a vitória de Lula, poderiam prejudicar os negócios da companhia.

Um dos motivos apontados pela CVM para a falta de entrega dos documentos financeiros foi uma decisão do conselho de administração da Stara, que alegou problemas internos. Na época, a empresa também enfrentava dificuldades para negociar a compra da participação de acionistas minoritários, o que levou a diretoria a temer tumultos no processo, optando por não entregar a documentação à CVM.

Além da multa imposta à diretoria da Stara, outros problemas envolvendo a empresa foram noticiados. Denúncias feitas à Justiça Eleitoral apontaram tentativas de coação eleitoral junto aos funcionários para que votassem em Jair Bolsonaro. A empresa também fez doações de mais de R$ 1,5 milhão a aliados do ex-presidente Bolsonaro na região Sul. Além disso, a Stara foi condenada pelo Ministério Público do Trabalho a pagar R$ 1,5 milhão em indenização por danos morais coletivos.

A empresa também será obrigada a veicular comunicados ressaltando o direito de cidadania e voto livre de seus funcionários durante as eleições de 2024 e 2026. A Stara foi procurada para comentar sobre as acusações e multas, mas até o momento da publicação desta reportagem, não houve resposta. O caso continua gerando repercussão e mostra a complexidade das relações entre empresas, política e o mercado financeiro.

Por Diego Felix

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