Sonia Guajajara destacou que a proposta de acabar com as candidaturas coletivas é um absurdo e vai na contramão dos avanços que têm sido conquistados pelos povos indígenas e demais comunidades tradicionais. Segundo ela, as candidaturas coletivas são uma forma legítima de representatividade desses grupos, que têm em sua cultura a valorização do coletivo e da participação de todos.
A liderança indígena argumenta que, ao invés de acabar com as candidaturas coletivas, o Poder Legislativo deveria se empenhar em garantir a efetivação dessas candidaturas e em criar instrumentos para garantir a sua representatividade. Ela ressalta que, historicamente, os povos indígenas e demais comunidades tradicionais têm sido excluídos do processo político e é fundamental lutar por mecanismos que permitam a participação desses grupos no processo democrático.
A proposta da Câmara dos Deputados também foi criticada por outros líderes indígenas e ativistas, que argumentam que a medida é um retrocesso e vai de encontro aos direitos já garantidos pela Constituição Federal. Além disso, destacam que as candidaturas coletivas têm se mostrado uma forma eficaz de promover representatividade e diversidade no cenário político brasileiro.
A reforma eleitoral tem sido alvo de muitos debates e controvérsias, uma vez que visa alterar várias regras do processo eleitoral brasileiro. Entre as propostas, estão o fim das coligações partidárias e a cláusula de barreira, que têm sido objeto de críticas por parte de diversos setores da sociedade.
O debate em torno da reforma eleitoral ressalta a importância de se garantir a participação democrática de todos os segmentos da sociedade, especialmente dos povos indígenas e demais comunidades tradicionais. A luta por uma representatividade efetiva e diversa se torna ainda mais relevante diante de propostas que podem restringir ainda mais o acesso desses grupos ao processo político.
É fundamental que as vozes dos povos indígenas sejam ouvidas e consideradas nesse debate, de forma a garantir que a reforma eleitoral promova avanços reais para a representatividade e a participação dos grupos historicamente excluídos da política. A negação das candidaturas coletivas é um retrocesso que não condiz com os princípios democráticos e deve ser repensada pela Câmara dos Deputados.