A 123 Milhas anunciou no último dia 18 que suspenderia as viagens já contratadas com embarques previstos para o período de setembro a dezembro deste ano. Segundo a companhia, os valores pagos pelos clientes serão integralmente reembolsados, porém por meio de vouchers. A audiência está marcada para às 14h30, no plenário 14.
A CPI já ouviu depoimentos relacionados a outras empresas investigadas por esquemas fraudulentos envolvendo criptomoedas. A MSK Operações e Investimentos teria lesado cerca de 4 mil clientes que realizaram investimentos nesse tipo de moeda. A empresa alegou ter sido surpreendida por um desfalque financeiro cometido por um dos funcionários.
Entretanto, a comissão não conseguiu ouvir os depoimentos dos artistas que fizeram publicidade para a Atlas Quantum, empresa que usava Bitcoins em suas operações financeiras e lesou clientes em R$ 2 bilhões. Tatá Werneck e Cauã Reymond conseguiram habeas corpus para não comparecer à reunião, porém tiveram seus sigilos quebrados pela CPI.
Especialistas também foram ouvidos pela comissão e alertaram para o fato de que a tecnologia utilizada pelas criptomoedas tem atraído práticas criminosas devido à falta de informação sobre o assunto. No entanto, ressaltaram que isso não é uma característica intrínseca à tecnologia em si.
Além disso, a CPI tentou, por duas vezes, ouvir o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho, mas ele não compareceu. A empresa da qual ele é sócio, a 18K Ronaldinho, é acusada de não repassar aos clientes a custódia das criptomoedas, prometendo rendimentos de até 2% ao dia.
Por fim, a comissão também ouviu Patrick Abrahão, sócio da Trust Investing, empresa que oferecia lucros acima da média do mercado. Ele admitiu ser apenas um investidor e entusiasta da empresa.
A CPI das Pirâmides Financeiras foi instalada em junho e tem prazo de 120 dias para concluir os trabalhos, podendo ser prorrogada por mais 60 dias caso haja requerimento assinado por 1/3 dos deputados. A comissão investiga esquemas de pirâmides financeiras com o uso de criptomoedas, sendo que, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 11 empresas teriam realizado fraudes utilizando moedas digitais, atraindo vítimas com informações falsas e promessa de alta rentabilidade.