Sobrevivente relata que armários evitaram tragédia ao conterem laje durante explosão ocorrida em Cabreúva.

Na manhã desta sexta-feira (1º), ocorreu uma explosão em uma metalúrgica na cidade de Cabreúva, localizada a cerca de 78 km de São Paulo. De acordo com a prefeitura local, pelo menos quatro pessoas morreram e várias ficaram feridas.

Dentre os sobreviventes está o torneiro mecânico Paulino Roberto, de 62 anos, que trabalhava a poucos metros da caldeira que explodiu. Ele estava dentro de sua sala, realizando seu trabalho, quando ouviu o primeiro barulho, que parecia um deslocamento de ar. Em seguida, foi atingido na cabeça e desmaiou, escapando por pouco de ser esmagado pela laje do galpão.

Após recobrar a consciência, Roberto percebeu que estava preso sob a laje, sendo salvo pela sustentação de dois armários. Ele conta que levou cerca de dez minutos para conseguir sair do local, que estava completamente destruído, com vários colegas de trabalho caídos no chão. Segundo o metalúrgico, em seus 42 anos de experiência na área, nunca presenciou uma situação tão grave como essa.

A explosão foi tão intensa que foi sentida em toda a região. Janelas de residências vizinhas foram quebradas, e outros galpões nas proximidades foram atingidos por rochas e peças metálicas. O fogo também se alastrou para terrenos próximos, mas foi controlado pelos bombeiros.

Entre os trabalhadores presentes na fábrica no momento da explosão estavam 41 pessoas, entre funcionários e empregadores. Uma das vítimas é Fernando Nascimento dos Santos, de 25 anos, mais conhecido como Café, natural de Cristinápolis, em Sergipe. O município decretou luto oficial de três dias em respeito às vítimas.

O mecânico Jailton Vieira dos Santos, de 40 anos, que trabalhava fazendo manutenção de equipamentos na metalúrgica, estava a cerca de 8 km do local quando ouviu o estrondo. Ele afirmou que os patrões eram como uma família, tratando todos muito bem e oferecendo ajuda quando necessário.

Até o momento, apenas a identidade de algumas vítimas foi divulgada. O ferramenteiro Azarias Barbosa do Nascimento, de 46 anos, foi reconhecido pelos familiares e será sepultado em Betim, em Minas Gerais, neste domingo (3). As autoridades ainda não revelaram a identificação das demais vítimas.

A fábrica foi interditada pela Defesa Civil e as investigações sobre as causas da explosão ainda estão em andamento. A comunidade local está abalada com o ocorrido, e diversas manifestações de apoio às vítimas e seus familiares estão sendo realizadas.

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