Setor da economia prateada requer avanços além de robôs e manuais de baixa qualidade, exige mais atenção e investimentos.

A praticidade de resolver problemas por meio de mensagens instantâneas no WhatsApp é inegável. No entanto, quando se trata de um equipamento que não funciona, como uma impressora, a experiência pode se tornar irritante. O cliente é direcionado para robôs que sugerem testes e depois para atendentes que apresentam diversas possibilidades. Esse descaso é ainda pior para a população com mais de 50 anos, que movimenta R$ 2 trilhões por ano no Brasil, de acordo com a consultoria Data8.

O atendimento a esses consumidores deveria começar na própria loja, durante a compra. Com exceção dos profissionais de TI e alguns jovens familiarizados com tecnologia, não é fácil escolher um computador, impressora, smartphone, entre outros dispositivos eletrônicos. Os clientes mais velhos precisam de ajuda que vá além das características técnicas dos produtos.

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As compras cada vez mais são feitas em lojas virtuais, o que reforça a necessidade de uma orientação direta ao consumidor, sem o uso de jargões tecnológicos. Além das características do produto, é importante explicar para qual uso aquele equipamento é mais indicado.

Mesmo com a expansão do comércio eletrônico, ainda é necessário que os consumidores tenham uma loja física para solucionar problemas mais complexos, como um equipamento que não funciona adequadamente. Não é possível resolver tudo com a ajuda de robôs e atendentes remotos.

Com o envelhecimento da população, os manuais de instruções também precisarão mudar. As letras e números devem ser maiores para facilitar a leitura. Além disso, é preciso eliminar traduções malfeitas de catálogos internacionais, que apresentam manuais de péssima qualidade em português.

As instruções sobre instalação, conexões e uso dos equipamentos também precisam melhorar. Os consumidores deveriam ter a opção de recorrer a atendimento telefônico para receber auxílio quando houver problemas ou dificuldades. Não é mais aceitável lidar com robôs limitados e pouco eficientes.

Muitas vezes, somos obrigados a recorrer a vídeos no YouTube para solucionar problemas com computadores e periféricos. Esses vídeos são muito mais úteis do que os manuais e instruções de má qualidade fornecidos pelas fabricantes de equipamentos. Seria interessante que as lojas e fabricantes produzissem vídeos com linguagem acessível e dicas claras, divididos por linhas de produto.

Transferir para o consumidor a responsabilidade de montar e fazer funcionar equipamentos sofisticados não é correto. As empresas precisam compreender que estamos vivendo mais e que desejamos ter uma qualidade de vida melhor. Ainda há muito a ser melhorado no atendimento e suporte ao consumidor de produtos tecnológicos.

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