Sergio Moro afirma que Lula incentiva revanchismo e tenta reescrever a história em nova ofensiva contra a Lava Jato.

O ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, fez duras críticas ao presidente Lula e sua tentativa de reescrever a história e promover um revanchismo contra aqueles que o investigaram. Moro destacou a nova ofensiva contra a Lava Jato, especificamente a anulação das provas obtidas no acordo de leniência da Odebrecht pelo ministro Dias Toffoli, do STF.

Moro argumentou que existe um erro técnico na decisão, já que a prova foi obtida com base em informações falsas prestadas pelo Ministério da Justiça. Ele também mencionou que o Conselho Nacional de Justiça está investigando magistrados que atuaram na Lava Jato, incluindo ele mesmo.

O ex-juiz ressaltou que as ações do governo Lula têm como objetivo punir aqueles que lutaram contra a corrupção e criar condições para que o PT não seja investigado novamente. Ele afirmou que o governo estimula um clima de ataques às instituições e busca enfraquecer a magistratura e o Ministério Público.

Moro destacou que os fatos são inegáveis e que a Lava Jato recuperou bilhões de reais desviados da Petrobras. Ele alertou para o desmantelamento do combate à corrupção e dos mecanismos preventivos, como o relaxamento da Lei das Estatais, que permitiu o retorno do loteamento político-partidário nas estatais.

O ex-juiz também discutiu a validade das provas obtidas no acordo de leniência da Odebrecht e afirmou que o Supremo Tribunal Federal homologou os acordos de colaboração premiada com os executivos da empresa. Ele ressaltou que outros países estão utilizando essas provas, como Peru e Colômbia.

Moro expressou preocupação com o enfraquecimento da independência da magistratura e do Ministério Público, que pode ter um efeito intimidatório sobre aqueles que investigam casos de corrupção. Ele enfatizou que a prisão de Lula foi determinada após a condenação em segunda instância e afirmou que não está sujeito ao poder disciplinar do CNJ, pois não é mais juiz.

Por fim, Moro criticou o Ministério da Justiça atual, afirmando que está focado em pautas que não interessam à população e que não existe uma política de segurança pública clara. Ele também comentou sobre as indicações para o STF e disse que não irá comentar antes de elas serem concretizadas.

Em relação ao pedido de cassação contra ele, Moro considerou isso apenas como boatos e afirmou que respeita a Justiça Eleitoral. Sobre as Forças Armadas, ele criticou o governo Lula por atacar os generais, almirantes e brigadeiros, e sugeriu que isso pode ser uma tentativa de enfraquecer as Forças Armadas para controlá-las.

Sergio Moro encerrou a entrevista reafirmando sua tranquilidade em relação ao trabalho feito na Lava Jato e sua confiança na justiça eleitoral. Ele enfatizou que os fatos não podem ser reescritos e que a verdade prevalecerá.

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