Senador defende castração química para criminosos sexuais em projeto que segue para a Câmara dos Deputados, apesar de críticas de especialistas.

O senador defende a eficácia do tratamento de castração química como uma medida que poderia resultar em um “ganho de segurança pública”. Em suas palavras, ele ressalta que, diante da inexistência de penas como a de morte ou prisão perpétua no sistema jurídico brasileiro, a castração química se apresenta como uma alternativa penal necessária.

O projeto de lei que propõe a implementação desse tratamento segue agora diretamente para apreciação na Câmara dos Deputados. Porém, caso algum senador apresente recurso, a matéria ainda terá que passar por uma nova votação no plenário do Senado.

No entanto, especialistas levantam dúvidas e críticas em relação à eficácia da castração química como medida de prevenção de crimes sexuais. O urologista e professor Eduardo Ribeiro enfatiza que o tratamento não impede o criminoso de cometer violência sexual de outras formas, mesmo que a ereção seja inibida.

Além disso, o psiquiatra Danilo Baltieri ressalta que o termo “castração” é inadequado para descrever o procedimento, já que o objetivo é mais uma diminuição de impulsos do que uma privação total da capacidade sexual. Ele destaca que há uma diferença entre a interpretação médica e jurídica do termo.

Outro ponto de preocupação é a falta de clareza quanto aos termos de uso do tratamento. O urologista Alex Meller alerta para os possíveis efeitos colaterais a longo prazo, como osteoporose, perda de massa muscular, problemas de memória e doenças vasculares. Ele questiona se o criminoso teria que se medicar pelo resto da vida, levantando questões sobre a viabilidade e os impactos da castração química no indivíduo.

Diante dos diferentes pontos de vista e questionamentos levantados, a implementação da castração química como medida penal ainda traz consigo uma série de debates e reflexões sobre sua efetividade e consequências.

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