Seis membros de família cigana são brutalmente assassinados em Jequié, a cidade mais violenta do Brasil em 2022.

Seis pessoas de uma mesma família foram brutalmente assassinadas nesta quinta-feira em Jequié, cidade localizada a 370 km de Salvador. Entre as vítimas estão uma criança de cinco anos, dois homens e três mulheres, sendo uma delas grávida de nove meses.

De acordo com informações da Polícia Civil, homens armados invadiram a casa da família, que fica no bairro Loteamento Amaralina, e abriram fogo contra as seis pessoas que estavam no local. A polícia está investigando o caso e coletou imagens de câmeras de segurança próximas à residência, além de ouvir testemunhas para tentar identificar os autores e esclarecer as circunstâncias do crime.

Segundo parentes, as vítimas faziam parte de uma família de ciganos. Esse terrível incidente chocou a comunidade local e gerou revolta entre os moradores, que exigem mais segurança e medidas para combater a violência na região.

Jequié, infelizmente, é conhecida como a cidade mais violenta do Brasil, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 2022, a cidade registrou uma média de 88,8 mortes violentas para cada 100 mil habitantes, totalizando 141 assassinatos ao longo do ano.

A geografia de Jequié, com seus vales e morros, favorece a atuação de facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas, que disputam territórios e impõem um clima de terror à população. Essa disputa entre grupos rivais tem causado um aumento no número de mortes violentas nos últimos anos: foram 57 em 2020 e 85 em 2021, chegando ao alarmante número de 141 no ano passado.

A situação de violência na Bahia como um todo também é preocupante. O estado já é apontado como o líder em número absoluto de mortes violentas do país desde 2019, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2022, houve uma pequena redução de 5,9% no número de ocorrências, mas ainda assim foram registrados 6.659 assassinatos ao longo do ano.

Além disso, a Bahia também é o estado com o maior número de mortes decorrentes de intervenção policial. No ano passado, foram registradas 1.464 ocorrências, com uma média de 28 casos por semana. O aumento da letalidade policial tem sido motivo de preocupação e críticas por parte de organizações de direitos humanos, que afirmam que a população negra e pobre é a mais afetada por essa violência.

Diante desse cenário de crise na segurança pública, o governo do estado enfrenta um desafio para garantir a proteção da população e combater a atuação das facções criminosas. É necessário investir em políticas de prevenção e repressão ao crime, além de promover ações sociais e de combate à desigualdade, para que a população possa viver em paz e com segurança.

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