Em Manacapuru, cidade localizada a cerca de 100 km de Manaus, a profundidade do Solimões chegou a apenas 3 metros, segundo informações da Defesa Civil. Esse valor é 11 cm menor do que o recorde anterior, registrado em outubro do ano passado. Com a estação seca ainda persistindo por mais algumas semanas antes do retorno das chuvas, a previsão é de que o nível do rio diminua ainda mais, agravando a crise nas comunidades ribeirinhas.
Os moradores dos vilarejos estão enfrentando dificuldades significativas devido à falta de transporte, já que as águas estão muito rasas para a navegação de barcos. Além disso, os suprimentos de alimentos e água potável estão escassos, tornando a situação ainda mais crítica para a população local.
O leito exposto do rio Solimões se transformou em um extenso banco de areia, forçando os moradores a atravessarem a pé por longas distâncias sob o sol escaldante carregando seus mantimentos. Barcos ficaram encalhados nas margens e alguns estão presos em áreas que anteriormente eram navegáveis.
A pesca, principal fonte de proteína para as comunidades ribeirinhas e indígenas da região, foi severamente afetada pela seca, com a escassez de peixes devido às águas rasas e quentes. Ambientalistas apontam as mudanças climáticas e o aquecimento global como responsáveis pela redução dos rios amazônicos e pelos incêndios florestais que vêm devastando a vegetação da região. A situação requer medidas urgentes para auxiliar as comunidades afetadas e para preservar a biodiversidade da Amazônia.