Seca e emergência hídrica no sul da Espanha: reservatórios chegam a 17% da capacidade, e governo ativa estado de emergência.

A Região de Múrcia, Barcelona e outras áreas da Espanha estão passando por uma crise de escassez de água, que tem gerado restrições severas por parte do governo. Os reservatórios das bacias internas da Catalunha estão com apenas 17% de sua capacidade e essa porcentagem tem caído ainda mais nas últimas semanas. O governo foi obrigado a adotar o estado de emergência na área metropolitana de Barcelona, o que resultou em restrições como a proibição da utilização de água para lavagem de veículos, rega de jardins e enchimento de piscinas privadas e públicas.

A situação de escassez também afeta outras regiões como Andaluzia, Guadalquivir, Região de Múrcia e Segura. Annelies Broekman, pesquisadora do Centro de Investigação Ecológica e Aplicações Florestais, classificou a situação como “muito triste e dramática” e enfatizou que a mudança climática tem um papel importante nesse cenário de seca.

A subdiretora do Observatório da Água na Espanha, Lucia De Stefano, destacou que a situação é preocupante e explicou que em Barcelona, por exemplo, a questão se agrava devido à falta de grandes reservatórios e a uma grande aglomeração urbana. Enquanto em Andaluzia, a alta demanda de água para regadio também tem afetado a reserva.

Frente a esta crise, o governo espanhol, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, aprovou uma série de medidas urgentes para combater a seca. Isso inclui um investimento de cerca de cinco bilhões de euros até 2027 para modernizar os sistemas de regadio e mais 813 milhões para infraestruturas de dessalinização de água do mar.

Além da preocupação com a falta de água, há questões políticas sendo debatidas na Espanha, como aconteceu recentemente no Parlamento regional da comunidade autônoma de Aragão. O Partido Popular (PP) e o partido de extrema-direita Vox conseguiram aprovar a revogação da lei de memória democrática, que servia para a busca de restos mortais de vítimas da ditadura franquista.

A revogação dessa lei é vista como um retrocesso por parte de outros partidos, como o Partido Socialista Operário Espanhol, Podemos e outros. A revogação da lei resultou em protestos por parte de familiares das vítimas do franquismo, que consideram um desrespeito à memória das vítimas da repressão. A revogação da lei também gerou debate público, com diferentes opiniões sobre a importância de manter viva a memória histórica do país.

Assim, a Espanha enfrenta desafios significativos, tanto no âmbito ambiental, com a crise da seca, quanto no âmbito político, com a revogação da lei de memória democrática, demonstrando a complexidade dos problemas enfrentados pelo país. Estas questões exigem soluções efetivas e esforços conjuntos para garantir o bem-estar da população e a preservação da memória histórica.

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