No período da tarde, o Minhocão, conhecido como um dos pontos mais movimentados da cidade, estava praticamente deserto, com apenas algumas pessoas buscando abrigo nas sombras dos prédios. A estudante Larissa Souza, que visitava São Paulo pela primeira vez, ficou surpresa ao ver o local praticamente vazio, já que estava acostumada a ver fotos cheias de pessoas aproveitando o espaço. Ela destacou que o calor era muito mais intenso na região, devido à falta de árvores e ao calor emitido pelo asfalto.
Na avenida Paulista, normalmente movimentada aos domingos devido à concorrida ciclofaixa de lazer, também estava tranquila. O vendedor de água de coco Guilherme Silva reclamou da falta de movimento e atribuiu isso ao calor, que afastou os frequentadores habituais da avenida. A estudante Laura Seixas também decidiu ir embora mais cedo por conta do asfalto quente, que estava incomodando seu cachorro.
No Vale do Anhangabaú, apenas alguns skatistas se aventuravam pelo espaço aberto debaixo do sol escaldante. Os chafarizes instalados no chão, que poderiam amenizar a sensação de calor, estavam desligados. A gestão do prefeito Ricardo Nunes não respondeu aos questionamentos sobre o assunto.
Essa onda de calor tem sido um desafio para os paulistanos nas últimas semanas do inverno, que deu lugar à primavera. Esse inverno foi considerado o mais quente desde 1961, com uma média de temperatura de 26°C, contra 25,2°C naquele ano. Além disso, os três dias mais quentes deste ano ocorreram durante o inverno, sendo que o primeiro dia da primavera repetiu a maior temperatura do ano, atingindo 34,7ºC.
A previsão é que a massa de ar quente e seco continue atuando pelos próximos dias, com uma leve diminuição do calor a partir da quinta-feira, juntamente com o retorno das chuvas em forma de pancadas isoladas na cidade de São Paulo.
