Os países europeus e norte-americanos subestimaram a capacidade de resistência da Rússia como potência militar, energética, mineral, agrícola e atômica, e também não previram a importância de longo prazo da integração da economia russa com as economias chinesa e indiana. Essa análise, feita por especialistas internacionais, aponta para um embate geopolítico e diplomático que tem mostrado a posição de destaque da Rússia no cenário global.
O erro de cálculo das potências ocidentais resultou em danos enormes, especialmente para a União Europeia, que entrou em um processo prolongado de recessão, com aumento da inflação e revolta social. Além disso, a ascensão da ultradireita na região pode enterrar os últimos vestígios do projeto de unificação europeu.
Apesar das tentativas de isolamento por parte dos Estados Unidos e de seus aliados europeus, apenas 21% dos países membros da ONU apoiaram as sanções econômicas, o que evidencia a falha na estratégia de isolamento. A Rússia, por sua vez, manteve e ampliou suas relações políticas, diplomáticas e culturais com China, Índia e a maioria dos países da Ásia, Oriente Médio, África e América Latina.
O presidente russo, Vladimir Putin, visitou a China, a Arábia Saudita, o Qatar, o Irã e recebeu o Ministro das Relações Exteriores da Índia, confirmando a intenção de aprofundar os laços econômicos e estratégicos entre os países. Além disso, a Rússia organizou e liderou diversos fóruns econômicos internacionais, demonstrando sua influência e presença ativa no cenário global.
A Rússia assumiu, ainda, a presidência rotativa do grupo BRICS, ampliado com a entrada de cinco novos membros e com a solicitação de ingresso de mais 30 países. Esta vitória estratégica da Rússia traz à tona a crise e fragmentação do sistema internacional, mostrando a presença ativa e combativa do país diante desse panorama.
Vladimir Putin anunciou, ainda, a decisão de desdolarizar as relações comerciais entre os membros do BRICS e manifestou sua simpatia pela incorporação da Venezuela ao grupo, o que o transformaria no maior detentor das reservas energéticas do mundo. Em resumo, do ponto de vista militar, econômico e diplomático, a Rússia obteve uma extraordinária vitória estratégica em 2023, que será difícil de ser revertida em relação aos Estados Unidos e seus aliados europeus.
