Roteiristas e atores exigem proteção contra o uso de Inteligência Artificial em Hollywood. Atores continuam em greve mesmo após acordo com roteiristas.

Proteção contra IAs

A utilização da Inteligência Artificial tem gerado preocupações e demandas por proteção tanto por parte dos roteiristas quanto dos atores. Os atores temem que suas vozes e imagens sejam clonadas e utilizadas sem o seu consentimento, o que representa uma ameaça à sua privacidade e à sua identidade artística. Por outro lado, os roteiristas estão preocupados com a possibilidade de a Inteligência Artificial ser usada para escrever textos e até mesmo para treinar os robôs, o que poderia colocar em risco seus empregos e sua importância como criadores de histórias.

A greve atual dos roteiristas da WGA (Writers Guild of America) já é mais longa do que a ocorrida entre 2007 e 2008, que durou 100 dias e teve um custo de US$ 2,1 bilhões para o Estado da Califórnia. No entanto, um estudo recente realizado pelo Milken Institute e publicado pelo jornal Financial Times estima que o prejuízo total da paralisação em Hollywood pode chegar a US$ 5 bilhões. Esse número reflete não apenas os danos econômicos, mas também a desaceleração da produção e o impacto negativo na indústria do entretenimento como um todo.

Apesar do acordo alcançado entre os roteiristas e os estúdios de cinema, os atores decidiram continuar em greve. O sindicato que representa a categoria, o SAG-AFTRA (Screen Actors Guild‐American Federation of Television and Radio Artists), suspendeu as negociações com os produtores em julho deste ano. No entanto, as demandas dos atores são semelhantes às dos roteiristas, e um possível acordo com estes últimos poderia encerrar também a greve dos atores.

Essa situação evidencia a complexidade das relações de trabalho na era da Inteligência Artificial. Enquanto as novas tecnologias prometem inovações e eficiência, elas também representam uma séria ameaça aos profissionais envolvidos na indústria do entretenimento. A proteção contra o uso indiscriminado da Inteligência Artificial torna-se, portanto, uma questão essencial para garantir a segurança e a valorização dos talentos artísticos.

O desafio agora é encontrar um equilíbrio entre a utilização da Inteligência Artificial e a proteção dos direitos e interesses dos roteiristas e dos atores. É necessário estabelecer regulamentações e mecanismos de fiscalização adequados, de forma a garantir que essas inovações tecnológicas sejam utilizadas de maneira ética e responsável. Somente assim poderemos aproveitar os benefícios proporcionados pela Inteligência Artificial sem prejudicar os profissionais que trabalham no setor do entretenimento.

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