Essa descoberta ganha ainda mais relevância diante das previsões alarmantes que apontam para uma redução significativa da área dos campos rupestres nos próximos 50 anos, principalmente devido às mudanças climáticas e à interferência humana, como a mineração. Com mais de 5 mil espécies de plantas conhecidas e a presença de mais de 2 mil espécies exclusivas desse ambiente, os campos rupestres são considerados ecossistemas megadiversos, cuja preservação é fundamental para a manutenção da biodiversidade e dos benefícios ecossistêmicos.
Além disso, a pesquisa também evidenciou a importância da neblina como fonte de água absorvida pelas folhas das plantas, especialmente em ambientes com estações de chuva e seca bem definidas. A neblina, muitas vezes negligenciada em estudos hidrológicos, desempenha um papel fundamental na hidratação das plantas e pode ser a única fonte de água disponível em determinados períodos.
Com a perspectiva de aumento da temperatura global devido às mudanças climáticas, o estudo também destacou a influência da capacidade de absorção de água pelas folhas na tolerância das plantas a temperaturas elevadas. A identificação das espécies mais adaptadas aos futuros cenários climáticos pode fornecer insights cruciais para o manejo e conservação desses ecossistemas.
Em suma, a pesquisa realizada nos campos rupestres não apenas enriquece o conhecimento científico sobre as estratégias de sobrevivência das plantas, mas também contribui para a elaboração de planos de gestão mais eficazes, alinhados aos objetivos de desenvolvimento sustentável. As descobertas sobre a absorção de água pelas folhas das plantas nesses ecossistemas podem guiar ações concretas para garantir a preservação desses ambientes preciosos e essenciais para a vida no planeta.