De acordo com o relatório do Programa de Monitoramento da Biodiversidade Aquática (PMBA), fruto da parceria entre a Fundação Espírito Santense de Tecnologia (Fest) e a Fundação Renova, responsável pela reparação dos danos da tragédia, a concentração de metais em organismos do topo da cadeia alimentar tem sido uma preocupação. O acúmulo desses elementos nos animais, através da chamada biomagnificação, tem gerado consequências como deformidades em filhotes de peixes e lesões oculares em tartarugas.
O coordenador do estudo, Fabian Sá, explicou que os metais presentes no organismo desses animais podem afetar sua saúde e capacidade reprodutiva. Além disso, a transferência materna dos contaminantes para os ovos também tem sido observada, o que sugere um impacto negativo na reprodução da população.
A Fundação Renova informou que já foram destinados bilhões de reais para ações de reparação e compensação dos danos causados pela tragédia. No entanto, a discussão sobre o acordo de indenização aos afetados ainda está em andamento entre as mineradoras Vale e BHP, governos federal e estaduais, e outros órgãos públicos.
Apesar da melhora na qualidade dos ambientes marítimos na região, o nível ainda não se equipara ao período anterior ao rompimento da barragem. Os pesquisadores destacam a importância de monitorar de perto a situação e discutir estratégias para lidar com os sedimentos ainda retidos na Usina Hidrelétrica de Candonga, em Minas Gerais.
Diante dos impactos contínuos da tragédia de Mariana, torna-se essencial a adoção de medidas eficazes para garantir a recuperação e preservação desse ecossistema tão afetado. A conscientização e o engajamento de todos os envolvidos são fundamentais para assegurar um futuro mais sustentável para a região.