Repórter São Paulo – SP – Brasil

Riscos regulatórios afetam distribuidoras de energia no Brasil, alerta relatório do banco suíço UBS aos investidores.

Recentemente, um relatório emitido pelo banco suíço UBS trouxe à tona sérias preocupações sobre o setor de distribuição de energia no Brasil. Intitulado “Tic tac boom”, o documento alertou os investidores para os crescentes riscos regulatórios e políticos enfrentados pelas distribuidoras de energia no país. Esse alerta foi direcionado principalmente às sete empresas do setor listadas na Bolsa brasileira, que movimentam bilhões de reais em fundos de investimento.

O relatório destacou que, embora os investidores busquem ações de distribuidoras de energia devido ao seu fluxo de caixa estável e à estabilidade regulatória recente, o cenário no Brasil vem se deteriorando rapidamente. Um dos principais pontos de preocupação mencionados no relatório foi o congelamento da tarifa de energia no Amapá, que surpreendeu o mercado ao ser aprovado por uma pequena margem na reunião da Aneel.

Além disso, o relatório apontou para a persistente interferência política no setor, exemplificada pelo aumento de subsídios na tarifa de energia promovido pelo Congresso. Esses eventos levantaram bandeiras amarelas para os investidores, especialmente considerando que o Brasil já tem uma das tarifas de energia mais elevadas do mundo, apesar de ter uma matriz energética barata.

Outro ponto de preocupação indicado no relatório foi a renovação das concessões de distribuição de energia, que afetará 19 empresas do setor entre 2026 e 2031. A falta de definição das regras para essa renovação e o aumento do risco regulatório e político no país levantaram temores de instabilidade no setor.

Diante desse cenário, o UBS alertou que as empresas que estão no ciclo de renovação das concessões também podem ser impactadas negativamente. As incertezas em torno desse processo e das interferências políticas no setor elétrico brasileiro representam grandes desafios para as distribuidoras de energia e seus investidores. O futuro do setor permanece incerto, e as decisões políticas e regulatórias terão um papel fundamental na estabilidade e no desenvolvimento do mercado de distribuição de energia no Brasil.

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