Em meio às inundações, a população das áreas afetadas enfrentava o desabastecimento, com relatos frequentes de escassez de comida e água tanto na região de Porto Alegre quanto no interior. Em Canoas, por exemplo, metade do território estava debaixo d’água, e filas que chegavam a reunir mil pessoas em busca de mantimentos eram cada vez mais comuns. O prefeito Jairo Jorge relatou que apenas 100 pessoas conseguiam ser atendidas em meio a 600 aguardando por alimentos.
Na capital gaúcha, a situação não era diferente. Os mercados sofriam com prateleiras vazias e a falta de produtos básicos como pão, ovos e álcool em gel. A escassez de água era um problema ainda mais urgente, levando a longas filas nos locais onde o produto ainda era encontrado.
O desabastecimento motivou uma parte significativa da população a buscar refúgio no litoral do estado ou em Santa Catarina, regiões que não foram impactadas pelas chuvas. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, fez um apelo para que os moradores conseguissem deixar a cidade, resultando em uma alta procura por postos de combustíveis e congestionamentos nas estradas.
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) afirmou que a situação não era de desabastecimento, mas sim de alta demanda e dificuldades logísticas para reabastecer os estabelecimentos no meio do caos. A previsão era de que o nível do lago Guaíba continuaria subindo devido às novas tempestades previstas para os próximos dias.
A Defesa Civil se preparava para enfrentar as próximas chuvas, que atingiriam exatamente as regiões mais prejudicadas. A previsão indicava que haveria um aumento nos níveis dos rios nos vales, mas em menor intensidade do que na inundação recente. Enquanto isso, a Grande Porto Alegre permaneceria debaixo d’água por mais alguns dias.