Réus acusados de atentado contra prefeita eleita em Califórnia são condenados após julgamento de 19 horas.

Na madrugada desta quinta-feira (14), os dois réus acusados de envolvimento no atentado contra a então prefeita eleita de Califórnia, no Norte do Paraná, Ana Lúcia Mazeto Gomes, foram condenados após um longo julgamento que durou mais de 19 horas no Fórum de Marilândia do Sul. O crime ocorreu em novembro de 2012, quando um homem efetuou 15 disparos de arma de fogo na direção da prefeita, enquanto ela estava na sede da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

Marcelo Garcia Kanoff, hoje com 46 anos, foi apontado como o autor do atentado e recebeu uma sentença de 8 anos de prisão. Já Luiz Roberto Woidela, ex-contador da prefeitura de Califórnia, de 42 anos, foi considerado o mandante da tentativa de homicídio e teve uma pena de 7 anos e seis meses. A determinação sobre se as penas serão cumpridas em regime fechado ou semiaberto ainda está sendo confirmada.

Vale ressaltar que Marcelo Kanoff já estava preso por outros crimes, enquanto Woidela aguardava o julgamento em liberdade. O júri, que começou às 9 horas de quarta-feira (13) e terminou por volta das 4 horas desta quinta (14), contou com a atuação da promotora Renata Boaventura pelo Ministério Público (MP) e o advogado João Batista Cardoso como assistente de acusação.

Em entrevista ao TNOnline, a ex-prefeita Ana Lúcia expressou sua satisfação com o resultado do julgamento, afirmando que ele restaura sua dignidade e de sua família. Ela enfatizou que enfrentaram humilhações ao longo de 10 anos, com muitas pessoas da comunidade alegando que o atentado era uma armação. Para ela, o julgamento mostra que a verdade pode demorar, mas sempre prevalece.

Ana Lúcia acompanhou grande parte do julgamento e elogiou o trabalho do Judiciário, apesar da morosidade no processo. Ela ressaltou que sua família sofreu muito com a demora do desfecho. A ex-prefeita também mencionou que o atentado teve motivação política, já que o mandante era contador da prefeitura e havia denúncias de irregularidades. Ana Lúcia ocupou o cargo de prefeita entre 2013 e 2016 e decidiu deixar a política, considerando seu mandato muito desgastante por conta do ocorrido.

De acordo com a Polícia Militar (PM), a prefeita recebeu um telefonema enquanto estava na igreja e se dirigiu à sede da Apae para participar de uma cerimônia de casamento. Ao chegar próximo ao salão de festas da entidade, um homem a chamou, sacou uma pistola e efetuou diversos disparos na direção do salão. Por sorte, Ana Lúcia não foi atingida. A prefeita havia sido eleita com 2.865 votos nas eleições de outubro de 2012.

Em 2013, a reconstituição do atentado foi realizada a pedido da juíza da Comarca de Marilândia do Sul, como parte das investigações do caso. A condenação dos réus traz um desfecho esperado para a ex-prefeita e sua família, que passaram por momentos de angústia e incerteza ao longo desses anos. Porém, mesmo com a justiça sendo feita, as marcas desse atentado certamente permanecerão na vida de Ana Lúcia e de todos os envolvidos nessa história trágica.

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