Repórter São Paulo – SP – Brasil

Reunião Nacional e França Insubmissa dividem opiniões no campo governamental francês em meio a desistências de candidatos.

Em meio à corrida eleitoral na França, um balanço feito pelo jornal Le Monde aponta que mais de 180 candidatos desistiram de suas candidaturas até a noite de segunda-feira (1°). Destes, 121 eram da esquerda e 60 pertenciam ao campo governamental. A situação torna-se ainda mais tensa quando membros da coligação governamental e até mesmo do Executivo se recusam a dar espaço a candidatos do partido de esquerda radical França Insubmissa, rotulando-os como “extremistas”.

Durante uma reunião convocada pelo presidente Macron na segunda-feira, ministros de origem da direita defenderam um bloqueio tanto ao Reunião Nacional quanto à França Insubmissa, equiparando as duas legendas. A falta de consenso e de união dentro do campo governamental é destaque nos jornais franceses.

O jornal Libération traz em sua manchete um apelo para que os candidatos resistam e desistam, fazendo um jogo de palavras com uma famosa letra de música francesa. O diário destaca a importância de uma estratégia no segundo turno para enfrentar a extrema direita, mas ressalta as dificuldades de parte dos apoiadores de Macron em aderir a essa estratégia.

Por outro lado, o jornal Le Figaro destaca a falta de unanimidade em relação à ideia da “frente republicana” entre os membros do governo, mesmo após o fracasso da coligação de Macron no primeiro turno das eleições legislativas. O ministro da Economia expressa seu desejo de evitar que a extrema direita obtenha a maioria absoluta na Assembleia Legislativa, mas reforça sua posição contrária a uma abertura ao partido de esquerda radical.

Em meio a tantas divergências e a falta de unidade, os jornais franceses fazem apelos por responsabilidade e compreensão. O momento é de crise e de decisões difíceis, e os eleitores esperam que seus representantes ajam de acordo com os valores democráticos e busquem soluções para os problemas reais que levam parte do eleitorado a se aproximar da extrema direita. A tensão política na França é evidente, e a incerteza paira sobre o futuro do país diante das próximas eleições.

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