No ciclo de 2022, em 41,1% das 1.772 amostras de alimentos analisados, não foram encontrados resíduos de agrotóxicos. Em 33,9% das amostras, foram detectados resíduos de agrotóxicos dentro do limite permitido, enquanto em 25% havia inconformidade com o limite máximo de resíduos. O levantamento constatou que em 3 amostras foi identificado risco agudo à saúde.
A pesquisa abrangeu 84 municípios de 26 federações e analisou 272 agrotóxicos, coletando um total de 3.296 amostras no ciclo anterior (2018-2019). O monitoramento foi coordenado pela Anvisa e realizado em conjunto com as vigilâncias sanitárias dos estados e municípios, avaliando dois tipos de risco: agudo, relacionado à curta exposição, e crônico, relacionado à ingestão diária de vários alimentos por toda a vida.
Um dado relevante é que a laranja foi o produto que apresentou maior percentual de excedências à Dose de Referência Aguda, que é um parâmetro de segurança que diz respeito ao risco agudo. No entanto, houve uma redução significativa no risco agudo na laranja, de 12,1% para 0,6%, de 2013 a 2022, o que pode ser atribuído à proibição do uso de carbofurano e carbossulfano na cultura de citros, bem como às restrições de uso para outras substâncias.
Além disso, nos últimos anos, os dados do Para têm sido utilizados para orientar a reavaliação de agrotóxicos. Devido à pandemia de Covid, não houve coleta de amostras em 2020 e 2021, mas a Anvisa pretende continuar monitorando o risco à saúde relacionado às intoxicações por resíduos de agrotóxicos em alimentos.